Fóssil quase completo de dinossauro é descoberto no RS após chuvas intensas
Pesquisadores descobrem fóssil quase completo de dinossauro em São João do Polêsine, RS, datado de 233 milhões de anos atrás

Após fortes chuvas em maio, ossos de dinossauro são expostos em sítios fossilíferos no RS. O paleontólogo Rodrigo Temp Müller, da UFSM, explicou que o excesso de chuvas acelerou processos erosivos, revelando novos fósseis entre as rochas.
Descoberta de Fóssil de Herrerasaurídeo
O fóssil foi descoberto no fim de maio e identificado como pertencente a um dinossauro carnívoro do grupo Herrerasauridae, no início de junho, após análise laboratorial.
A descoberta representa a segunda mais completa do mundo em relação aos herrerassaurídeos, um dos grupos de dinossauros mais antigos. Segundo o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa), da UFSM, o fóssil é de grande importância por pertencer a um predador topo de cadeia, oferecendo um grau de preservação ótimo que revela novas informações sobre a anatomia desses animais.
As primeiras análises indicam que o dinossauro media cerca de 2,5 metros de comprimento.
Fóssil de dinossauro, reportagem da CNN Brasil (Vídeo: reprodução/CNN Brasil/Youtube)
Exploração Paleontológica no Rio Grande do Sul
O paleontólogo também destaca que a região central do Rio Grande do Sul é significativa para a descoberta de fósseis do período Triássico (251 a 100 milhões de anos). Além do fóssil quase completo encontrado em São João do Polêsine, os pesquisadores identificaram fósseis menores e mais fragmentados em outros municípios da região após as chuvas.
A equipe do Cappa está monitorando ativamente a região após as chuvas, o que tem levado à descoberta desses fósseis. Segundo Rodrigo Temp Müller, o processo de erosão que expõe os novos fósseis também pode destruí-los se não forem resgatados a tempo. Os fósseis de menor porte são os mais vulneráveis, frequentemente revelados e destruídos em um único evento de chuvas.
Os paleontólogos começam sua tarefa visitando sítios fossilíferos em busca de material. Quando um fóssil é descoberto, eles iniciam a escavação para remover o bloco de rocha contendo o fóssil.
Após a descoberta, a rocha contendo o fóssil é envolvida por uma camada de gesso para protegê-la durante o transporte. No laboratório, os pesquisadores trabalham para separar o fóssil da rocha e aplicam resina para fortalecer as peças.
Foto Destaque: Imagem do fóssil encontrado no RS após as chuvas de maio (Reprodução/Tv Globo/Jorna Nacional)