A cantora Lizzo, sua companhia de produção Big Grrrl Big Touring, Inc. (BGBT) e a capitã do time de dança Shirlene Quigley estão sendo acusados de criar um ambiente de trabalho hostil e vários outros crimes envolvendo assédio. A NBC News teve acesso ao processo de 37 páginas na última terça-feira (01) e confirma a abertura do processo conjunto no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, onde as bailarinas relatam diversas situações de abuso no ambiente de trabalho.
Confira um resumo das acusações:
Specific claims made against Lizzo and her dance captain Shirlene Quigley in a lawsuit filed by her ex-dancers:
— Pop Crave (@PopCrave) August 1, 2023
Lizzo:
• Accused of overworking dancers and making the group re-audition in an “excruciating” 12-hour rehearsal. Those she was “dissatisfied with” would be fired… pic.twitter.com/PxH6jgGhMh
Resumo das acusações feitas contra Lizzo e Shirlene Quigley. (Foto: Reprodução/Twitter/@PopCrave)
Acusações contra Lizzo
Duas das dançarinas envolvidas no processo, Arianna Davis e Crystal Williams, começaram a trabalhar com Lizzo em 2021, após participarem do reality show da Amazon “Watch Out for the Big Grrrls”, e foram demitidas posteriormente. A terceira dançarina, Noelle Rodriguez, foi contratada no mesmo ano após atuar no vídeo “Rumors” e optou por sair da equipe no início deste ano (2023).
No relato de Arianna Davis no processo, ela conta sobre uma vez que Lizzo convidou a equipe para ir ao clube de striptease “Bananenbar”, que fica em Amsterdã, após uma apresentação que fizeram na cidade. Na ocasião, Lizzo supostamente “Começou a convidar os membros do elenco para se revezar tocando os artistas nus, pegando consolos lançados das vaginas dos artistas e comendo bananas saindo das vaginas dos artistas. Lizzo então voltou sua atenção para a Sra. Davis e começou a pressioná-la a tocar os seios de uma das mulheres nuas.” De acordo com Davis, ela recusou mais de uma vez, mas a cantora insistiu até que ela fizesse.
Depois disso, Lizzo supostamente teria insistido para que outro membro da equipe de segurança, subisse no palco e começou a gritar para que ele tirasse suas roupas. O processo diz que: “Os queixosos ficaram horrorizados com a pouca consideração que Lizzo demonstrou pela autonomia corporal de seus funcionários e daqueles ao seu redor, especialmente na presença de muitas pessoas que ela empregava”
Uma semana após o ocorrido em Amsterdã, Lizzo ainda teria convidado todos os membros da equipe de dançarinos para um bar de cabaré nu para que eles pudessem se inspirar artisticamente, mas sem mencionar o local que se tratava, assim “roubando-lhes a escolha de não participar”.
As acusações contra Lizzo também incluem body shaming. Davis relata no processo um episódio em que a cantora - conhecida pelo ativismo ligado ao corpo livre e a relação positiva das mulheres com seus corpos - criticou um suposto ganho de peso da dançarina. Sobre isso, o processo diz: “Na dança profissional, o ganho de peso de um dançarino é muitas vezes visto como aquele dançarino ficando preguiçoso ou pior como artista. As perguntas de Lizzo e da coreógrafa Tanisha Scott sobre o compromisso da Sra. Davis com a turnê eram preocupações veladas sobre o ganho de peso da Sra. Davis, para o qual Lizzo havia chamado a atenção anteriormente depois de perceber isso no festival de música South by Southwest”.
Shirlene Quigley, BGBT e outras acusações
Outra acusação presente no processo cita a capitã do time, Quigley, que ao descobrir que Davis era virgem, começou a falar do assunto de forma recorrente em entrevistas e nas redes sociais. Além de frequentemente tentar converter os dançarinos para sua religião e se referir a Rodriguez como “descrente”. O processo não diz se Lizzo sabia sobre as queixas envolvendo a capitã do time, mas os queixosos acreditam que ela estava ciente de todas as acusações.
As acusações ligadas a companhia de produção BGB,T segundo o processo, são relacionadas à quando os ex-dançarinos pediram uma compensação de 50% em seu pagamento semanal por seu tempo de inatividade e um contador da companhia teria respondido de forma rude, de acordo com as palavras do processo: “Apenas o elenco de dança – composto por mulheres negras de corpo inteiro – foi falado dessa maneira”.
Lizzo também está sendo acusada de promover ensaios exaustivos de 12 horas, descritas pelos dançarinos como “excruciante”, com o pretexto de não estar satisfeita com a performance do grupo, e acusá-los de beber em ambiente de trabalho. Segundo o processo, Williams chegou a responder em defesa dos dançarinos e cinco dias depois teria sido demitida pelo gerente da turnê de Lizzo, no saguão de um hotel no dia 26 de abril.
Ao saber da demissão, Rodriguez teria questionado ao gerente publicamente sobre a decisão, e Lizzo não teria visto a atitude com bons olhos, convocando uma reunião com a equipe de dançarinos para o dia seguinte e levando esse ponto em vários momentos, além de agir com hostilidade. Antes de Lizzo sair da reunião, Rodriguez disse a ela que se sentia desrespeitada e que renunciaria, diz o processo. Em resposta, a cantora teria usado palavrões para dizer que a dançarina “teve sorte”. Quando Rodriguez saiu da sala, Lizzo ainda teria levantado os dedos do meio e gritado algo calunioso.
Durante essa mesma reunião, a produtora de Lizzo é acusada de cárcere privado por parte de Davis, que teria sido mantida em uma sala por membros da equipe de segurança após a reunião, para que eles pudessem procurar no celular dela uma gravação da mesma.
Nenhum réu no processo se pronunciou sobre as acusações presentes até o momento. Os representantes da cantora foram procurados pela revista Variety mas optaram por não responder ao pedido de comentário.
Foto Destaque: Foto da cantora Lizzo em show com sua equipe de dança. Reprodução/Twitter/@ThePopTingz
