A cantora Lizzo quebrou o silêncio após as diversas denúncias de abuso feitas por um trio de ex-dançarinas: Arianna Davis, Crystal Williams e Noelle Rodriguez. Em uma carta aberta divulgada em suas redes sociais, a cantora afirmou que não é a vilã na história, destacando que jamais criticaria ou demitiria um funcionário devido à sua condição física e que, apesar de ser muito aberta em relação à sua sexualidade, jamais forçaria outra mulher a se submeter a práticas sexuais sem seu consentimento. Veja a mensagem de Lizzo:
“Estes últimos dias têm sido terrivelmente difíceis e esmagadoramente decepcionantes. Minha ética de trabalho, moral e respeito foram questionados. Meu caráter foi criticado. Normalmente, opto por não responder a falsas alegações, mas elas são tão inacreditáveis quanto parecem e são ultrajantes demais para não serem abordadas. Essas histórias sensacionalistas vêm de ex-funcionárias que já admitiram publicamente que foram informadas de que seu comportamento durante a turnê era inadequado e pouco profissional.
Como artista, sou apaixonada pelo que faço e levo minha música e minhas apresentações a sério, pois desejo oferecer a melhor arte que represente a mim e meus fãs. Com a paixão vem o trabalho árduo e os padrões elevados. Às vezes, sou obrigada a tomar decisões difíceis, mas nunca é minha intenção fazer alguém se sentir desconfortável ou desvalorizado como parte importante da equipe.
Não estou aqui para ser vista como uma vítima, mas também sei que não sou a vilã que as pessoas e a mídia têm me retratado nos últimos dias. Sou muito aberta em relação à minha sexualidade e à forma como me expresso, mas não posso permitir que as pessoas usem essa abertura para me retratar como algo que não sou.
Não há nada que eu leve mais a sério do que o respeito que todas as mulheres merecem neste mundo. Sei como é sentir vergonha do próprio corpo diariamente e jamais criticaria ou demitiria um funcionário por causa de seu peso.
Estou magoada, mas não permitirei que o bom trabalho que realizei no mundo seja ofuscado por isso. Agradeço a todos que me apoiaram nesse momento difícil.”
— FOLLOW @YITTY (@lizzo) August 3, 2023
Entenda o caso:
Conforme o PapelPop, as ex-bailarinas da cantora estão processando Lizzo através do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles por crimes de assédio religioso, racial e sexual.
As bailarinas alegam que o ambiente de trabalho era hostil, com episódios de agressão, discriminação contra pessoas deficientes e imposição dos ideais cristãos vindos da coreógrafa da cantora, Shirlene Quigley. Além disso, relatam que Lizzo demonstrou desconforto com o ganho de peso de uma de suas bailarinas. Porém, o que talvez tenha desencadeado as denúncias foi um episódio descrito pelas bailarinas em depoimento, em que Lizzo pressionou membros de sua equipe a tocar os corpos de bailarinos nus durante um show de sexo ao vivo no Red Light District, em Amsterdam, um local conhecido por ser um espaço de nudismo, sexo e prostituição.
Conheça mais sobre a cantora:
Melissa Vivianne Jefferson, conhecida como Lizzo, nasceu em 27 de abril de 1988 em Detroit, nos Estados Unidos. Além de cantora, ela é multi-instrumentista e mescla elementos de pop, soul, funk, R&B e rap em suas músicas.
A artista iniciou sua carreira como rapper e lançou seu primeiro álbum, "Lizzobangers", em 2013, mas alcançou o estrelato mundial com seu terceiro álbum, "Cuz I Love You". Algumas de suas músicas mais conhecidas incluem os sucessos "Boys", "Juice", "Truth Hurts", "Good as Hell" e "About Damn Time".
Em 2020, Lizzo recebeu três prêmios Grammy nas categorias Melhor Canção de Rap, Melhor Performance de Solo de Pop e Melhor Performance de Rap/Música de Rap. Neste ano, foi premiada com o Grammy de Melhor Gravação do Ano com a música "About Damn Time".
Além de seu sucesso no mundo da música, Lizzo é reconhecida por ser uma voz ativa nas redes sociais, defendendo a igualdade de gênero e discutindo questões relacionadas à saúde e ao bem-estar, sempre promovendo a aceitação do próprio corpo.
Foto destaque: Cantora Lizzo em apresentação musical no Grammy 2023. Reprodução/The New York Times/Kevin Winter/Recording Academy
