Nesta quinta-feira (28), Billie Eilish surgiu na capa da Allure Magazine, uma das principais revistas de moda dos Estados Unidos. A cantora se desnudou de seus pensamentos e abriu seu coração ao falar sobre sua carreira, sobre ela e seus sentimentos mais profundos.
Aos seus 21 anos, Billie Eilish já conquistou 73 prêmios e 193 indicações, sendo eles: 7 Grammy Awards, 2 American Music Awards, 3 MTV Europe Music Awards, 3 BRIT Award, 5 MTV Video Music Awards, 3 Billboard Music Awards e 1 Oscar. A cantora admitiu que, após a fama, sente muita falta de privacidade em sua vida pessoal e que também não estava passando por bons momentos nos últimos tempos.
Billie Eilish em imagens para capa da Allure Magazine. (Foto: Reprodução/Allure Magazine)
“Já fiz tantas pessoas se sentirem bem que também mereço me sentir bem.”
Billie Eilish vem crescendo sob os flashes da mídia desde os seus 13 anos e, durante a entrevista, abriu seu coração como se estivesse em um confessionário, ao falar que a fama veio com grandes altos e baixos. “Estou começando a melhorar, mas não tenho ido tão bem, para ser honesta. Eu tenho sentimentos iminentes na maior parte do dia. Quando penso muito sobre isso, como nunca mais posso ter privacidade, é o suficiente para fazer você querer fazer todos os tipos de coisas loucas.”, desabafou a compositora.
Ao receber a pergunta se gostaria de se afastar dos holofotes e de toda exposição que vem sofrendo, ela respondeu: “O tempo todo. Mas eu posso fazer isso. Essa é a questão de mergulhar na dor – eu não preciso fazer isso.”, acrescentou.
A compositora é uma jovem como qualquer outra, que gostaria de viver livre de todos os julgamentos. Eilish deseja se sentir bem consigo mesma, como ela pinta seus cabelos, seu estilo, suas letras e atitudes falam por si só, é um grito, muitas vezes de desespero. “Houve um momento em que eu estava em Paris, estávamos dirigindo por aí e eu estava em um lugar ruim.”, disse a cantora durante a entrevista, após se aprofundar sobre os seus sentimentos e que percebeu que não precisava estar no controle de sua vida, nem de suas emoções o tempo inteiro.
“Eu estava nesse local, em uma péssima situação em Paris, e vi um adesivo que dizia “siga em frente”. Eu recebi aquela mensagem. Eu tenho um grande problema de controle, então eu tenho tentado me ensinar que há coisas fora do seu controle, e que você precisa seguir em frente.”, afirmou.
Fala de Billie Eilish em entrevista a Allure Magazine. Reprodução/X/@Alurre_magazine
“Eu me estabeleci com muitas coisas, pessoas e vida. Eu me contentei com menos do que merecia, e não vou mais fazer isso!”, disse. “Já fiz tantas pessoas se sentirem bem que também mereço me sentir bem.”, pontuou a cantora.
Mais que música, um sentimento
“What I Was Made For?” é uma canção sensível que levou diversos espectadores as lágrimas ao assistirem ao filme “Barbie” nas telonas. Billie revelou que, para escrever a música, levou no máximo 2 horas. “Era como se essa música fosse uma criaturinha dentro de mim durante anos, arranhando meu interior. Assim que recebemos esse aviso, a criatura disse, “Ok, estou fora’, e escrevemos essa música em uma ou duas horas.”, explicou a cantora sobre o processo criativo.
“Escrevemos a maior parte da música sem pensar em nós mesmos e em nossas próprias vidas, mas pensando nesse personagem que nos inspirou. Alguns dias se passaram eu percebi que era sobre mim. É tudo que sinto. E não sou só eu – todo mundo se sente assim, eventualmente.” Afirmou Billie.
Em outro momento a cantora já chegou a descrever qual foi o sentimento e a sensação de cantar a faixa ao vivo pela primeira vez. “Eu estava surtando. Mas você abre os olhos e são milhares de pessoas chorando por uma música que acabou de sair e costumava ser só minha, mas agora significa algo para todas elas”, relembrou.
Billie Eilish em imagens para capa da Allure Magazine. (Foto: Reprodução/Allure Magazine)
Inspiração
Com seu jeito de ser, suas letras carregadas de sentimentos e emoções, que levam o público ao choro e a se sentirem vulneráveis e bem consigo mesmos. Billie Eilish inspira os seus fãs de todas as idades, ela fala abertamente sobre seus sentimentos e o quanto se sente mal com algumas situações. A cantora se mostra vulnerável para seu público que também é, Eilish humaniza e mostra que nem tudo é perfeito.
“Porque eu, porque eu. Eu não sei como me sentir, mas quero tentar. Eu não sei como me sentir, mas um dia talvez eu saiba.”, letra da canção de Billie Eilish e seu irmão Finneas O’Connell. A letra fica mais emocionante ainda quando você descobre que fala muito sobre a própria compositora, e não só ela, mas de muitas pessoas, uma delas pode estar ao seu redor e até mesmo ser você.
Eilish tornou-se a artista mais jovem a ser indicada nas quatro categorias principais do Grammy Awards, o que muitos pensam “essa tem tudo que eu queria”, “a vida perfeita”, a compositora abre o seu coração e revela toda a verdade, o peso que carrega aos seus 21 anos, o sentimento de muitas vezes não saber quem é.
Billie Eilish em imagens para capa da Allure Magazine. (Foto: Reprodução/Allure Magazine)
Setembro amarelo e saúde mental
A entrevista da cantora reflete bastante sobre a saúde mental e a importância de sua trilha “What Was I Made For?”, muitas vezes os jovens se veem em situações de vida distintas de seus artistas, mas o desabafo de Billie que vem ocorrendo ultimamente, fez com que ela se aproximasse mais do público e que mostrasse para os jovens que às vezes está tudo bem, e quando pensamos que “é, me encontrei”, na verdade, é apenas um passo de uma brilhante jornada se bem aproveitada.
“Quando eu tinha 17 anos, pensei: descobri. Encontrei a pessoa que sou, para sempre. É assim que vou fazer. Eu encontrei todos os caminhos!”, afirma a cantora. “Esses são meus limites. São essas coisas que me fazem feliz, essa é a minha receita de como vou fazer música e ser feliz. Então eu cresci um pouco e de repente a vida ficou tipo: Isso não vai funcionar. Você tem que mudar. Você não é mais essa pessoa.”
Esse momento de confissão da cantora abriu portas para muitas reflexões e questionários, mas o que fica é esse sentimento de proximidade, de ler e se identificar “é, eu sou assim também”. “Mas a questão é que as pessoas deveriam saber – as mulheres deveriam saber – que você não precisa ser excepcional. Você pode ser apenas uma pessoa e deve receber prêmios por apenas ser. Às vezes os artistas não têm planos, e tudo bem, mas eu tinha e não ia desperdiça-los.”, disse a cantora.
“What Was I Made For?” é mais que uma canção, ela fala sobre uma parcela significativa da população, muitas vezes jovens, que percorrem um caminho de indecisões e frustrações. Principalmente em uma era tão digital, o autoconhecimento é a chave para uma porta de oportunidades.
Foto Destaque: Billie Eilish em clipe da música "What Was I Made For?". Reprodução/Tracklist
