Jacquemus transforma raízes rurais em alta-costura em nova coleção
No encerramento do Paris Fashion Week masculino o desfile “Le Paysan” a grife Jacquemus mostrou domínio em storytelling visual e esbanjou aprimoramento técnico

O estilista Simon Porte Jacquemus mostrou mais uma vez seu domínio em transformar sua própria história em arte no encerramento da temporada masculina de Paris, neste domingo (29). No suntuoso Palácio de Versalhes, seu desfile foi um lembrete de que o designer é um contador de histórias visuais e, com certeza, um mestre da alta-costura.
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Imagens da memória da família de Jacquemus como inspiração para sua nova coleção (Foto/reprodução: Instagram/@jacquemus)
Uma leitura bucólica da moda no Campo de Versalhes
O desfile da coleção “Le Paysan” (O Camponês) para o inverno 2025/2026 foi uma onde às raízes rurais de Jacquemus. Na Orangerie, que é não só uma estufa de cítricos luxuosa, mas um grande e elegante jardim de inverno, parte da magnificência do Palácio, o designer teceu uma narrativa que combinou elegância rústica com habilidade artesanal.
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Jacquemus apresenta "Le Paysan", coleção inverno 2025/2026 da marca, em 29 de junho, no Palácio de Versalhes, França (Foto/reprodução: Instagram/@jacquemus)
Com “Le Paysan”, o designer quis ir além da sua bolsa micro-mini que dominou as redes sociais e fez um convite para observarmos como ele vem aprimorando sua técnica e execução. Em peças majoritariamente “planas”, ele expandiu, plissou e inverteu silhuetas, como vestidos que pareciam ter sido usados do avesso. Havia claras referências ao ‘New Look’, volumes estratégicos e, sobretudo, um desejo evidente de mostrar a lapidação de seus acabamentos.
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“Le Chiquito", bolsa minúscula lançada em 2018 na coleção outono/inverno que causou alvoroço nas redes sociais e na imprensa de moda (Foto/reprodução: Instagram/@my.bag.diary)
A arte do storytelling dominada
As imagens de Jacquemus se tornam instantaneamente virais, quase nos fazendo esquecer que estamos consumindo moda. Ele é um expert em nos levar para seu universo pessoal, seja por pores do sol paradisíacos, campos de lavanda ou pomares de frutas.
Em “La Croisière” (FW 2025) ele resgatou a alta-costura francesa e o glamour de Hollywood em um cenário intimista de um apartamento projetado por Auguste Perret. A coleção foi apresentada em janeiro, marcando seu retorno ao calendário oficial da Paris Fashion Week, após um hiato de alguns anos, como uma imersão nos anos 1950. Silhuetas A-line, casacos ópera com estampa animal, luvas de couro longas e saias de poá com caudas dramáticas, remetiam a um estilo mais “adulto” e clássico.
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"La Croisière" desfile da Fashion Week 2025 de Jacquemus (Foto/reprodução: Instagram/@jacquemus)
Antes disso, para celebrar os 15 anos da marca com a coleção Cruise 2025 (AW24), Jacquemus transportou seu público para a icônica Casa Malaparte, em Capri, em uma homenagem vibrante ao filme ‘New Wave’ e à sensualidade descontraída de Brigitte Bardot, reafirmando sua conexão com o Mediterrâneo e a arte de criar atmosferas inesquecíveis.
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Coleção Cruise 2025, Casa Malaparte, em Capri, ilha da Itália (Foto/reprodução: Instagram/@jacquemus)
A coleção “Le Paysan” sinaliza um amadurecimento na marca, onde o produto e sua confecção são tão importantes quanto a imagem. Ele nos levou de volta à sua infância no campo, mas com a bagagem de quem domina a técnica e a narrativa, provando que sua trajetória é um contínuo aprimoramento entre raízes, arte e sofisticação.