Gaultier retorna disruptiva com Duran Lantink no PFW SS26
Duran Lantink estreia na Jean Paul Gaultier com a coleção “Junior” que evoca a estética clubwear e distorce os ícones clássicos da Maison na PFW

Provocação, clubwear e ícones distorcidos definem o novo enfant terrible. A Jean Paul Gaultier chocou a Semana de Moda de Paris (PFW) no domingo (05) com um desfile que marcou o fim de uma era e o início de outra. Após mais de uma década longe do formato, a Maison retornou ao “ready-to-wear” com a coleção Spring/Summer 2026 (SS26).
Este não foi apenas um desfile, mas o lançamento oficial do novo visionário da casa: o designer holandês Duran Lantink, anunciado como o novo diretor artístico permanente. Intitulada “Junior”, a coleção foi uma homenagem à linha cult Junior Gaultier de 1988-1994, entregue com uma energia punk e com a subversão que a moda ansiava.
O novo enfant terrible
Duran Lantink, conhecido por sua marca homônima focada em reaproveitamento e desconstrução têxtil, assumiu o desafio de reinterpretar o legado de Gaultier sem cair na nostalgia.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/@jeanpaulgautier)
O desfile foi encenado em um porão industrial mal iluminado, criando uma atmosfera crua, hedonista e imersiva que remetia à cena clubber, inspirada especificamente no icônico clube RoXY de Amsterdã.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
A trilha sonora, com as gravações hipnóticas do poeta John Giorno, adicionava uma camada de energia rebelde. A clara missão de Lantink foi chocar, provocar e, nas suas próprias palavras, “incomodar os adultos”, honrando o apelido de l’enfant terrible (criança terrível) do fundador da marca.
Jean Paul Gaultier assistiu na primeira fila e não conteve as lágrimas de orgulho no backstage.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
Ícones reconstruídos
Lantink olhou para o futuro, reinterpretando ícones de forma irreverente.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
O Sutiã cônico, lendário, eternizado por Madonna, abriu o desfile em um jumpsuit laranja-cenoura sem alças. A versão de Lantink não era a ponta aguda original, mas uma forma ovalada com um aspecto quase alienígena.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
As listras marinière foram subvertidas, aparecendo torcidas ou na vertical em ilusões de ótica.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
As malhas sheer da coleção Les Tatouages (1994) voltaram infladas em estruturas 3D com arame, criando formas esquisitas e borrando a linha entre tecido e pele.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
Celebração de gênero e corpo
A coleção celebrou uma juventude rebelde e intuitiva, explorando as fronteiras de gênero e anatomia.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
O vestuário flertou abertamente com o erótico e o grotesco, visando empoderar identidades.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
Elementos de clubwear e fetiche dominaram, a paleta de cores, embora tipicamente Gaultier, incluiu tons de borgonha, amarelo mostarda e azul céu, ideais para ambientes de rave.
Jean Paul Gaultier na PFW SS26 (Foto: reprodução/Instagram/FFW)
O retorno do prêt-à-porter da Jean Paul Gaultier com Lantink é um manifesto de vanguarda que revitaliza forçando o público a olhar para o futuro, e não para o passado da moda.