Chloé revisita suas origens em desfile na Paris Fashion Week

A diretora criativa Chamena Kamali apresentou no último domingo (05) a nova coleção da maison; criação apresenta estampas florais, uma identidade da marca

06 out, 2025
Desfile primavera/verão 2026 Chloé Paris Fashion Week | Reprodução/Marc Piasecki/Getty Images Embed
Desfile primavera/verão 2026 Chloé Paris Fashion Week | Reprodução/Marc Piasecki/Getty Images Embed

Depois de apostar no estilo Boho na última coleção, a grife francesa Chloé decidiu voltar às origens na próxima estação. E apresentou no último domingo (05), durante a Semana de Moda de Paris, sua nova coleção primavera-verão, intitulada: “Entre Deux” (entre dois, em francês).

Sob direção da estilista alemã, Chemena Kamali, a proposta é mergulhar na dualidade entre a alta-costura artesanal e o espírito livre que sempre marcou a essência da maison. A coleção foi inspirada em Gaby Aghion, fundadora da maison.

Entre Deux

Inspirada na visão de Gaby Aghion: “Uma coisa bela e de qualidade deve ser vista nas ruas, usada por mulheres reais”, que defendia a beleza acessível da moda. Chemena Kamali propôs uma coleção que respeita o DNA da Chloé sem cair em clichês elitistas. Silhuetas fluidas e elegantes, drapeados orgânicos, volumes delicados e tecidos com estampas florais, marcaram presença na passarela do desfile da maison da Semana de Moda de Paris. Manifestando o luxo que não exige rigidez, mas exala leveza e naturalidade.

O nome da coleção, Entre Deux, simboliza o equilíbrio entre alta-costura tradicional e o prêt-à-porter acessível. Tecidos simples como o algodão popeline ganham sofisticação em peças marcadas por pregas, nós e sobreposições, que revelam um trabalho técnico refinado. E estampas florais criadas nos anos 1950, por Gaby, surgem repaginadas em composições fluidas e contemporâneas.


Chloé, Primavera/Verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@bella.feoli)

Desfile em local simbólico

O desfile aconteceu na sede da UNESCO, em Paris. Uma construção pós-moderna que simboliza o diálogo, inclusão e a cultura. O local ecoa os cafés onde Gaby Aghion mostrava suas primeiras criações nos anos 1950, como o Café de Flore e a Brasserie Lipp, espaços públicos onde a moda se misturava à vida cultural da cidade, reforçando a proposta da coleção.


Chloé, Primavera/Verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@fashionisinstantlanguage)

Filosofia da Chloé

A maison francesa foi fundada em 1952, em Paris, pela egípcia Gaby Aghion. A Chloé nasceu como resposta a formalidade da alta-costura da época. Ao invés de roupas rígidas criadas sob medida para a elite, Aghion propôs peças sofisticadas, porém leves e acessíveis; criadas para mulheres reais em contextos cotidianos. Ela afirmava: “A alta-costura é maravilhosa, mas muito rígida. Eu queria algo belo e de qualidade que pudesse ser usado nas ruas.”

Essa visão, revolucionária para o pós-guerra, moldou o espírito da marca, que sempre flertou com o romantismo e a liberdade feminina. Hoje, Chemena Kamali, uma das poucas mulheres à frente de uma grife de luxo, retoma esse princípio com autenticidade, propondo que a moda transite entre alta-costura e prêt-à-porter.

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