A Semana da Moda de Milão, que ocorre entre os dias 23 e 28 de fevereiro, vem exibindo diversos desfiles das marcas de grifes e recebendo vários influenciadores da moda. Entretanto, desde quinta-feira (24), o evento também está sendo palco para as manifestações em favor da Ucrânia. Dentre os participantes, os estilistas, modelos e influencers ucranianos que marcaram presença na Semana de Moda de Milão - localizada na capital da Itália -, estão fazendo protestos na ‘porta’ dos desfiles com um único objetivo: que não haja mais ataques da Rússia contra a Ucrânia.
Poly Kyrychenko, embaixadora das marcas ucranianas na Itália, esteve em um dos episódios e demonstrou sua opinião através de fotos e depoimentos postados em suas redes sociais. “Lágrimas, dor e frustração. Você olha ao redor. Paz e festa. E foguetes e explosões voam em casa”, discursou Poly. “É a única coisa que posso fazer enquanto estou aqui. Eu estava em lágrimas, minhas mãos tremiam. As pessoas vieram e expressaram palavras de apoio. Minha família e meu filho estão na Ucrânia e espero muito que nos encontremos e tudo dê certo”, diz a embaixadora ao abordar sua ação e sobre o medo que sente do conflito entre os dois países.
Em outra publicação, a estilista de origem polonesa, Julianna Hurka, usou suas redes sociais para pedir doações de alimentos e produtos essenciais no momento, como cabanas e garrafas térmicas, destinados à população ucraniana que, para se protegerem, buscaram refúgio na Polônia, país que fica a 14 horas de distância da Ucrânia. “As pessoas ficam na fronteira nos trens por 20km. Eles estão com frio e, muitas vezes, com fome. As pessoas precisam da nossa ajuda, estão abalados e chocados”, esclarece Julianna ao solicitar ajuda para esses indivíduos.
Além dos protestos pedindo o fim dos conflitos e a paz para a população, profissionais também afirmam que, nesse confronto com a Ucrânia, o mundo da moda terá bastante impacto. De acordo com a Câmara Nacional de Moda Italiana, esse embate afetará mais de um bilhão de euros em exportações para a Rússia. “Se as coisas continuarem assim, haverá prejuízos”, afirmou o presidente da organização, Carlo Capasa, entrevista à agência AP. “Mas não é nem o momento de pensar no dano econômico, mas sim no dano que o homem faz a si mesmo”, finaliza Casapa sobre a situação tensa e de constante incerteza.
Foto Destaque: Manifestação a favor da Ucrânia. Reprodução/Valeria Komarova/Instagram.
