A possível aquisição da Versace pela Prada tem movimentado o cenário da moda de luxo, sinalizando uma transformação significativa no setor. Tradicionalmente, a Prada expandiu seu portfólio por meio de aquisições seletivas de marcas de nicho, como Church’s e Car Shoe, alinhadas à sua visão de exclusividade e artesanato. A incorporação da Versace, representaria um passo estratégico para consolidar a Prada como um conglomerado de peso no mercado de luxo.
Versace em transição
A Versace, conhecida por seu estilo ousado, estampas icônicas e sensualidade extravagante, passa por um momento delicado. Sob o comando da americana Capri Holdings desde 2018, a marca enfrenta queda de vendas e desafios de gestão criativa. Agora, com Donatella Versace deixando a direção criativa para assumir um papel de embaixadora, a entrada de Dario Vitale — com passagem pelo universo de Miuccia Prada — já sinaliza um novo capítulo para a grife.
Anúncio da saída Donatella Versace da direção criativa da Versace (Foto: reprodução/Instagram/@donatella_versace)
Prada como novo polo de poder
Do outro lado, a Prada se movimenta com cautela, mas de forma ambiciosa. A marca, comandada por Miuccia Prada e Patrizio Bertelli, já demonstrou interesse em construir um grupo de luxo forte e independente, capaz de rivalizar com colossos como LVMH e Kering. A compra da Versace seria um passo decisivo nessa direção. Especula-se que o financiamento da operação, estimado em 2,5 bilhões de euros, já esteja sendo articulado com grandes bancos europeus. Não se trata apenas de uma transação financeira — é também uma jogada de identidade, poder e reposicionamento cultural. Se o acordo se concretizar, ele poderá reposicionar a Prada como um conglomerado de peso, apto a competir com gigantes como LVMH e Kering. Ainda assim, o desafio será integrar a identidade ousada e maximalista da Versace ao estilo mais minimalista e discreto da Prada — sem perder a essência de nenhuma das duas.
Foto destaque: Logo da Prada e da Versace (Reprodução/Prada/Versace)