Moda

Pharell Williams é o novo diretor da Louis Vuitton gerando bons precedentes 

Já com marcas autorais em seu nome, o novo diretor criativo da marca francesa Louis Vuitton é o aclamado Pharell Willians, para a surpresa de muitos ele foi a opção correta feita pelo aglomerado LVMH.

16 Fev 2023 - 19h00 | Atualizado em 16 Fev 2023 - 19h00
Pharell Williams é o novo diretor da Louis Vuitton gerando bons precedentes  Lorena Bueri

Mestre na fabricação de baús, Louis Vuitton procurou ajudar seus clientes a proteger seus bens em suas malas de viagem. Em 1886, Louis e seu filho Georges abraçaram um sistema único de trancas formadas por duas fivelas com molas. Depois de vários anos de desenvolvimento, George patenteou o sistema revolucionário. E em 1871, a Louis Vuitton abriu a sua primeira loja em Paris, França para expandir a sua clientela e no ano seguinte, lançando uma linha de produtos que fez um sucesso bombástico com a elite parisiense.

Em 1977, Henry Recamier assumiu o comando da empresa e permaneceu até 1987, quando o francês Bernard Arnault adquiriu a grife. Arnault é um empresário francês, presidente e diretor-geral do grupo LVMH, maior conglomerado de produtos de luxo do mundo, assim como o grupo Kering, o grupo LVMH é dono de muitas outras grifes como Tiffany’s, comprada recentemente por 16 milhões de dólares. Dez anos após a compra, o estilista estadunidense Marc Jacobs foi contratado para sofisticar a marca, criando a primeira coleção de roupas, relógios, jóias e roupas da Louis Vuitton.


Pharell assinando com a Louis Vuitton (Foto: Reprodução/ Louis Vuitton/ Instagram)


A marca recentemente perdeu o seu diretor criativo, Virgil Abloh de 41 anos, após enfrentar um angiossarcoma cardíaco, um raro tipo de câncer. Virgil, assim como muitos designers de moda, não era formado em moda e sim em engenharia civil e arquitetura. Iniciando no mundo da moda por um estágio na Fendi, em 2009, com o rapper Kanye West. Ambos iniciaram uma colaboração artística lançando a sua carreira a partir da fundação da Off-White. 

Virgil foi conhecido por aproximar o streetwear ao mundo do alto luxo e foi o primeiro estilista negro da casa de moda francesa de quase 200 anos. Ele se reuniu à grife em 2018 após o triunfo de sua marca Off-White, fundada por ele em Milão, no ano de 2012. A Off-White desenvolveu parcerias com grandes marcas, como Nike e Ikea, também foi o responsável pela criação do vestido de noiva da modelo Hailey Bieber.


Virgil Abloh (Foto: Reprodução/Vogue/Pinterest)


O designer nasceu em Chicago nos Estados Unidos, era filho de pais imigrantes de Gana. Ele era amigo do compositor, rapper, estilista e conterrâneo Kanye West. Mais tarde, Virgil, foi o responsável pelo desenho da capa e atuação como diretor artístico do álbum “Watch The Throne” de West, influenciando as capas de “Yeezus” e “My Beautiful Dark Twisted Fantasy”, todas do cantor.


Chocados com a notícia terrível de sua morte, afirmaram também que ele não era apenas um designer visionário e genial, ele também era um homem com uma bela alma e grande sabedoria, o grupo também prestou condolências à família e seus entes queridos após o falecimento do marido, do pai, do amigo e irmão, Virgil, que deixou a sua marca e a sua família, declararam com tristeza. Após alguns meses quem irá presidir o lugar de diretor criativo na LV será o produtor musical, compositor e cantor Pharrell Williams de 49 anos.


Virgil Abloh, Kanye West e Pharell Williams (Foto: Reprodução/ highsnobiety/ Pinterest)


O recente anúncio de que Pharrell Williams seria o novo diretor criativo da moda masculina da Louis Vuitton foi uma surpresa para o mundo da moda e público. Williams, é muito criativo de amplo alcance que impõe respeito em muitos campos, mas não é um designer de moda com formação clássica, assim como muitos outros designers, como Virgil Abloh.

O cantor também atingiu um novo foco na moda e em sua luta pela inclusão. É importante que marcas como Louis Vuitton, busquem a diversidade em alguns níveis, sem exagero ou eufemismo, estão em patamar respeitado, mas especialmente no topo. Mais do que conseguir assentos mais diversificados nas mesas principais, o que a moda precisa é de pulso firme sem caotizar. Williams situa-se na junção da cultura onde a música, a moda e a arte se encontram. Nesse sentido, ele é a escolha ideal para um trabalho agitado.


Pharell com a sua família (Foto: Reprodução/ DailyMail/ Pinterest)


Williams tem grandes sapatos para preencher. Os comentários são inusitados por escolherem o nome grande e vistoso. Sim, também é um risco alarmante e chamativo, contudo ele pode estar assustado com o legado da marca e todos os seus antecessores, mas para chamar a atenção em nosso mundo barulhento agora, é necessário pegar um grande balde para jogar a criatividade contra a parede. Não há espaço, energia, nem tempo para trabalhos sutis ou passos lentos. “Emprestando música e arte, esta é uma oportunidade para Williams fazer muita agitação e infundir a moda com o que ela mais precisa: respeito e relevância após o desrespeito feito pela Balenciaga”.

A única grande tendência que o mundo da moda de luxo vem perseguindo é o streetwear, uma tentativa brilhante, contudo óbvia, de atrair consumidores mais jovens. A moda prospera com o novo, e não há nada mais novo do que algo com o coração de rua. Ambos Abloh e agora Williams, possuem esse crédito. Sem diretor criativo no desfile do ano passado no Louvre, o desfile ao vivo foi pitoresco e tinha chances de brilhar, mas foi ofuscado pela apresentação de Kendrick Lamar que escolheu um look que demonstrou desrespeito e não passou despercebido. 

 

 

Foto destaque: Marca francesa Louis Vuitton. Reprodução/ Anne R/ Pexels

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