No dia 3 de julho de 2024, durante a Berlin Fashion Week, a marca alemã Namilia desfilou uma coleção inspirada no ‘futurismo asiático’. Uma camiseta com a frase ‘Eu amo Ozempic’ chamou a atenção e viralizou nas redes sociais, destacando o aumento do uso deste medicamento para emagrecimento rápido nos EUA, entre outros aspectos relacionados à droga.
Informações sobre a pesquisa a respeito do medicamento Ozempic
Os resultados da pesquisa sobre o medicamento Ozempic e seu impacto no varejo de moda norte-americano foram divulgados no último mês pelo jornal The Wall Street Journal. O estudo indica que a popularização do medicamento não afeta apenas a saúde, mas também impulsiona o varejo a aumentar a produção de roupas em tamanhos menores em larga escala, devido aos efeitos do emagrecimento rápido.
No país, o medicamento ganhou até um comercial com um jingle cativante e, segundo a pesquisa, cerca de 15,5 milhões de pessoas já utilizaram algum medicamento para emagrecimento, sobrecarregando a indústria da moda com seus efeitos.
Para promover a diversidade e inclusão de todos os tipos de corpos na indústria da moda, o uso generalizado desse medicamento vai contra essa luta, resultando em prejuízos para futuros comerciantes que adentram o varejo de moda do país.
Abhi Madan, co-fundador e diretor criativo da marca de roupas de festa Amarra, relatou ao “Wall Street Journal” o seguinte trecho: “No último ano, nossos varejistas têm nos dito que precisam de tamanhos menores”. Madan, adicionou o tamanho 34 em sua grade.
A camiseta ‘Eu amo Ozempic’
Regata ‘I Love Ozempic’ (Eu amo Ozempic), da marca Namilia no Berlin Fashion Week (Foto: reprodução/Sebastian Reuter/Getty Images embed)
A frase da camiseta serve como um alerta sobre outros fatores relacionados ao medicamento, focando nos aspectos da saúde e nos impactos no mercado de varejo da moda dos EUA, que têm sido prejudicados devido à busca por emagrecimento rápido pela população.
Outros problemas relacionado ao medicamento
Considerando o planejamento antecipado da produção de roupas, com meses de antecedência, é possível que os varejistas do país enfrentem um déficit de U$ 20 milhões de dólares ao precisarem aumentar a produção de peças em tamanhos cada vez menores. Isso pode desviar o foco do planejamento e da manutenção da diversidade na indústria da moda.
O descarte de roupas pela população que adota o uso do medicamento também gerou um problema, pois ao emagrecerem, necessitam de novas roupas, descartando as anteriores. No entanto, a probabilidade de reganho de peso é alta, o que leva novamente à necessidade de novas roupas.
Foto destaque: a marca Namilia levou à passarela peças com mensagens polêmicas, como 'I Love Ozempic' (Eu amo Ozempic) (Reprodução/Instagram/@mariaclaire)