Na contramão dos clichês sazonais, a Normando apresentou um inverso que desafia convenções e mergulha nas camadas simbólicas da Amazônia contemporânea. Combinando alfaiataria estrutura, látex com brilho de resistência e lingerie como expressão de liberdade, a marca propõe um novo olhar sobre o que significa vestir o corpo no Norte do país.
O chamado Inverno Amazônico da Normando não se limita ao clima. Ele traduz o calor cultural, político e social da região em uma estética poderosa, que mescla o clássico ao sensual e o tradicional ao futurista. A alfaiataria aparece ser como símbolo de força e presença, nos cortes que abraçam o corpo em formas arquitetônicas e contemporâneas.
Alfaiataria e látex marcam o inverno Amazônico da Normando
Em uma temporada onde o calor é cultural e não climático, a Normando revela uma coleção que foge dos clichês da estação e mergulha no pulsar do Norte do Brasil. Foi com essa visão que a marca apresentou sua coleção Inverno Amazônico, onde os três elementos de impacto dividem a mesma cena, a sofisticação da alfaiataria, a ousadia do látex e a sensualidade da lingerie. O resultado é uma coleção potente, que transforma o corpo em linguagem e a roupa em território político e sensual.
O Inverno Amazônico da Normando é mais do que uma proposta estética é uma narrativa. É moda que conversa com o território, com o clima e com a identidade amazônica. Uma coleção que aquece pelo olhar, pela coragem e por vestir ideias tão intensas quanto o próprio Norte.
Alfaiataria tropical
A alfaiataria da coleção tem aposta em cortes estruturados e leves, que vestem o corpo sem perder o movimento. É uma elegância que não imita padrões europeus, ela nasce do território, da força feminina e da sofisticação que resiste ao calor.
Alfaiataria da coleção do Normando (Foto: reprodução/Instagram/@spfw)
Os cortes continuam precisos e estruturados, mas os tecidos são leves, pensados para o clima quente da Amazônia. Blazers, calças e vestidos surgem com caimento solto, proporções generosas e detalhes que trazem movimento. É uma elegância que foge do tradicional e abraça a autenticidade do Norte, unindo sofisticação e conforto. A alfaiataria tropical da Normando traduz a força do vestir com liberdade, propondo uma estética que respeita o corpo e o território.
Látex como armadura contemporânea
Presente no vestidos, corsets e detalhes inesperados, o látex traz brilho, tensão e uma estética futurista. Sua presença marca o corpo como um espaço de resistência e desejo, funcionando quase como uma armadura moldando pela a pele e com atitude.
Látex da coleção do Normando (Foto: reprodução/Instagram/@spfw)
Mais do que tendência, o látex na proposta da Normando assume um papel simbólico, funciona como uma armadura contemporânea, refletindo força, resistência e desejo. É um elemento que desafia suavidades, protege a identidade e revela um corpo que não tem medo de ocupar espaço com intensidade e atitude.
Lingerie à mostra
Ao invés de esconder a lingerie, agora ela aparece com orgulho por baixo de peças transparentes ou como parte principal dos looks. Ela representa liberdade, sensualidade e controle, ressignificando o íntimo como um manifesto visual de empoderamento.
Lingerie da coleção do Normando (Foto: Reprodução/Instagram/@spfw)
Essa escolha reafirma que o corpo é um espaço de liberdade, onde o íntimo se transforma em expressão estética, política e pessoal. A Normando utiliza a lingerie como símbolo de autenticidade — uma provocação elegante que questiona padrões e valoriza a autonomia feminina.
Com o Inverno Amazônico, a marca prova que a moda feita no Norte do Brasil tem voz própria, estética potente e discurso afiado. A marca não apenas rompe com padrões climáticos e culturais impostos, mas também reafirma a criatividade e a identidade amazônica como protagonistas da cena fashion contemporânea. É uma moda que não se adapta, ela se afirma, provoca e inspira.
Foto de destaque: backstage da produção Normando no desfile SPFW (Reprodução/Instagram/@spfw)