A nova exposição do Museu Yves Saint Laurent em Paris, intitulada como Transparencies, chama atenção do público ao trazer o debate sobre a necessidade de uma moda simples mas com detalhes importantes. Disponível até dia 25 de agosto deste ano, a exposição apresenta 40 peças, entre roupas, sapatos, luvas e chapéus com a transparência em foco.
Além disso, as peças expostas ganham ainda mais foco ao ter a companhia das obras de Man Ray (apaixonada por rendas eróticas), Francis Picabia, Anne Bourse e o Filme Dança Serpentina que teve a coreografia captada pelos irmãos Lumiére e Goya.
Transparências
A exposição é o segundo capítulo de uma história que começou a ser contada no verão passado no Museu da Renda e Moda em Calais. Nesta apresentação, o Musée Yves Saint Laurent Paris convidou a curadora Anne Dressen para ser a assessora artística, em que buscou se concentrar na transparência como expressão artística escolhida por Yves Saint Laurent.
A exposição estará em cartaz até dia 25 de agosto e foca nas peças do estilista bem como suas inspirações (Foto: reprodução/museeyslparis)
A exposição, projetada pela arquiteta Pauline Marchetti, também explora a intersecção entre percepção e espaço. E isso fica nítido no acervo escolhido para ficar exposto, no qual, as peças trazem a reflexão do utilitarismo de uma peça de roupa, já que a transparência é incompatível com a própria função de uma roupa, que é cobrir, ocultar ou proteger o corpo.
Moda contraditória de Saint Laurent
Além disso, a exposição apresenta a grande indignação de Saint Laurent com esta contradição das peças e o papel que os tecidos diáfanos podiam desempenhar no seu trabalho. Para refletir esses conceitos, o estilista Yves Saint Laurent começou a utilizar materiais como chiffon, renda e tule na década de 1960. Ele também empregou regularmente a transparência durante seus quarenta anos criativos, em que, às vezes ao lado de tecidos bordados ou opacos, mas em outros ele ousadamente mesclou essas contradições, permitindo que as mulheres mostrassem seus corpos com orgulho e ousadia.
O estilista Saint Laurant sempre questionou o funcionalismo das roupas e traz a transparência como forma de ousadia (Foto: reprodução/museeyslparis)
Entre as quarenta peças expostas na exposição, podem ser observadas criações icônicas que retratam a história da descoberta do corpo feminino por Yves Saint Laurent, assim como a primeira blusa topless, da coleção primavera-verão 1968 do estilista, conhecida como “blusa transparente” pela imprensa americana e o “vestido nu”, uma peça na cor preta feita em chiffon com cinto de penas de avestruz da coleção seguinte.
Na exposição também são apresentados elementos essenciais do processo criativo da marca, como esboços, fotografias, padrões em papel vegetal, acessórios (chapéus, joias, sapatos, etc.), além de uma série de desenhos de Yves Saint Laurent inspirados nas pinturas de Goya.
Foto destaque: Transparencies, a nova exposição do Museu Yves Saint Laurent em Paris (Reprodução/museeyslparis)