O Metropolitan Museum of Art inaugura neste sábado (7) sua exposição anual de moda. “Na América: Uma Antologia da Moda”, é a continuação da mostra “Na América: Um Léxico da Moda”, lançada em 2021, e ficará aberta ao público até o dia 5 de setembro. A nova fase exalta os heróis anônimos que através de suas mãos, mentes e corações moldaram o estilo americano.
Organizada pelos curadores Amélia Peck, Jessica Regan e Andrew Bolton, a nova exposição se trata de uma série de contos sobre os períodos esquecidos que impactaram a indústria da moda nos Estados Unidos. Ela olha para a história indumentária do final do século XIX, quando, vivenciando a Era Dourada, o país presenciou o crescimento vertiginoso da industrialização em seu norte e oeste, o surgimento do jeans como uniforme para a classe trabalhadora e o aumento da desigualdade social.
Sala Renaissance Revival (Foto: Reprodução/ Anna-Marie Kellen/ The Metropolitan Museum of Art)
Composta por 100 peças, a mostra divide espaço com as vestimentas de “Na América: Um Léxico da Moda”, que continuará em exibição. Os itens estão dispostos em 13 salas de época da Ala Americana do museu, construídas em 1924 para representar o estilo de vida americano entre os séculos XIX e XX.
Entre as roupas expostas, estão o casaco usado por George Washington em sua posse presidencial e também o terno que Abraham Lincoln vestia quando foi assassinado. Neste segundo, o público notará a ausência de algumas partes, não por causa do ferimento fatal, e sim porque os enlutados foram autorizados a cortar pedaços do tecido como recordação.
O Costume Institute do Met convocou algumas das personalidades mais influentes do cinema americano para conceber a cenografia das salas de “Na América: Uma Antologia da Moda”. Nomes como Julia Dash, Janicza Bravo, Autumn de Wilde, Regina King, Martin Scorsese, Tom Ford e Sofia Coppola, receberam a missão de criar um aspecto imersivo em cada ambiente. Além disso, os diretores também produziram as vinhetas ficcionais exibidas em suas respectivas salas.
“Os diretores foram selecionados com base nos temas das histórias, e cada um os abordou por meio de suas próprias visões criativas”, contou Andrew Bolton. De acordo com o curador, embora cada vinheta seja apresentada como um curta-metragem independente, a exposição em si é pensada como um longa com histórias interconectadas.
Vestiário Worsham - Rockefeller (Foto: Reprodução/ Anna-Marie Kellen/ The Metropolitan Museum of Art)
Tom Ford, por exemplo, reproduziu em seu espaço a Batalha de Versalhes de 1973, quando os melhores estilistas franceses e americanos se enfrentaram em um evento beneficente para a angariação de fundos para a restauração do palácio de Luís XIV. O embate foi recriado na sala "Vanderlyn Panorama", onde uma tela reproduz a vista panorâmica do Palácio e Jardim de Versailles (1818-1819).
Já Sofia Coppola assumiu duas salas, “McKim, Mead e White Stair Hall” e “Vestiário Worsham - Rockefeller”. Para a cenografia de seus ambientes, a diretora convidou os artistas John Currin e Rachel Feinstein para esculpir manequins expressivos que pudessem representar o cotidiano opulento da alta sociedade da Era Dourada.
Foto destaque: Sala Vanderlyn Panorama. Reprodução/ Anna-Marie Kellen/ The Metropolitan Museum of Art