Segundo pesquisas recentes do WWD (Women's Wear Daily jornal) o mercado de moda de luxo enfrenta crise e desaceleração pós-pandemia, assim marcas como Gucci, Kering e LVMH encontram-se sob crise nas vendas que caíram cerca de 50%, deixando outras grifes como Balenciaga, Versace e Burberry em estado de alerta. Confira:
Queda das grifes
A marca italiana mais famosa do mundo, Gucci, vem apresentando números preocupantes no ano de 2024. A grife caiu cerca de 50% e coloca Sabato de Sarno, diretor criativo atual, numa corrida para reverter crise histórica. A Gucci apareceu em 10° lugar no ranking da Lyst (uma inteligência global de moda, que mede marcas e produtos mais quentes do cenário fashion), confirmando que a marca não está nos seus melhores momentos.
Comprador Gucci (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)
Outros grupos da alta moda também enfrentam problemas parecidos, como o LVMH (grupo francês dono de grifes como Louis Vuitton, Fendi e Dior) que caiu significativamente pelo segundo trimestre consecutivo, os últimos dados da empresa apontaram aumentos entre 3 a 4% e queda de 14%, principalmente dos compradores asiáticos.
Segundo Bernard Arnault, presidente e diretor das empresas, assume que os resultados do primeiro trimestre realmente não foram tão bons, mas que isso tem a ver com a incerteza econômica e geopolítica, mas que a marca tem resistido da melhor forma possível.
Além disso, ações do grupo Kering caíram 11% no primeiro semestre, perdendo lucros de cerca de 9 bilhões de euros. A empresa de luxo teme ainda a queda de mais 30% no segundo semestre de 2024, comparado ao mesmo período de 2023.
O presidente e diretor-executivo do Kering, François-Henri Pinault, disse: “Em um ambiente de mercado desafiador, que aumenta a pressão sobre nossa receita e lucro, estamos trabalhando assiduamente para criar as condições para um retorno ao crescimento” e acrescentou que mesmo que a situação atual possa ser preocupante, o trabalho árduo e confiança continuarão firmes e fortes.
Motivos da crise da alta moda
Fachada da loja Prada (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)
Algumas das motivações da queda das grifes são o aumento dos preços. De acordo com dados da Bain & Company e da Bloomberg, a alta do valor dos itens de luxo leva até os compradores mais ricos a repensarem seus gastos, a reduzir suas compras ou optar por marcas mais acessíveis.
As manifestações desses clientes são que os produtos permanecem os mesmo, com poucas novidades, mas com preços cada vez maiores, além disso, cresce o movimento chamado “vergonha do luxo,” um termo que descreve o sentimento de desconforto das classes ricas que evitam comprar artigos de luxo em meio a crises econômicas.
A alta do dólar também é um fator importante para a queda do mercado de luxo, que causou uma menor aquisição dos americanos. O Japão, por sua vez, também enfrenta crises econômicas, principalmente sobre o setor imobiliário, que fazem seus clientes refletirem sobre prioridades.
Foto destaque: fachada da Gucci (Reprodução/Antonio Kampffe/Getty Images Embed)