Com a vinda do isolamento social, necessário como medida para tentar controlar o alto contágio do Covid-19, as prioridades de vestimenta de muitas pessoas mudaram. Isso pois, com a necessidade de adaptar as atividades rotineiras, como trabalho e estudo, a um ambiente que antes era voltado apenas para o conforto do fim do dia, como a residência de cada um, muitos deixaram seus looks clássicos de escritório no armário, optando por peças e tecidos que priorizam, primeiro, o conforto.
Com isso em mente, muitos aderiram essa prioridade de vestimenta, que surgiu em meio ao isolamento social, e a continuam trazendo para o retorno da vida fora das paredes de cada casa. E, portanto, muitos afirmavam fortemente que o uso de peças como ternos, iria cair em desuso.
Entretanto, o estilista Ricardo Almeida, reconhecido como um dos mestres da alfaiataria masculina nacional, rebate esse pensamento, afirmando que o terno se trata de uma peça que “ainda é sinônimo de poder, e que dificilmente cairá em desuso”. Afirma o profissional.
Terno se mostra um sucesso atemporal
O que acompanha a afirmativa do estilista Ricardo Almeida são os números: apenas nas primeiras semanas de março, a grife de Almeida registrou um aumento de 120% nas vendas de ternos para casamento e de 45% em costumes e blazers.
Terno usado no desfile Louis Vuitton. (Foto: Reprodução/Veja)
Além disso, falando em alcance mundial, a comercialização do traje deve alcançar uma receita de 705 bilhões de dólares até 2026, segundo relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O Brasil ocupa a oitava posição entre os países com as maiores receitas geradas pelo vestuário.
Repaginada na modelagem clássica
Nas semanas da moda mundo afora, o terno recebeu uma nova construção de proporção e tecidos. Tendo silhuetas redefinidas, com casacos e mangas de tamanhos mais largos do que o de costume, e sendo confeccionados nos mais variados tecidos: cetim, seda, jeans, couro, entre outros.
Desfile JordanLuca. (Foto:Reprodução/Veja)
Nas passarelas, a vestimenta apresentou uma mescla entre alfaiataria e streetwear — alta tendência na moda "após-isolamento social” —, um exemplo, é o desfile da Dior, que apresentou elegância e conforto ao apresentar peças em estilo jogging, com direito até a elástico na cintura. Sendo chamado por profissionais como “uma mistura inteligente”, sintetiza o consultor, professor e estilista de moda masculina Mario Queiroz.