A Casa dos Criadores celebra sua 54ª edição e apresentou neste último sábado (26), em São Paulo, modelitos que relembram histórias de vidas quando crianças, baseados nas comemorações de aniversário, entregando na confecção das roupas o clima da celebração e valorização da infância com ares de modernidade e sensualidade.
Proposta de moda com inspiração infantil
Os cortes fabricados em babado alternando com o balonê propiciam a sensação de volta ao tempo onde imaginamos um grande bolo de festa com proporções e incrementações com chantilly, marcando um evento de uma debutante, ao completar seus quinze anos, por exemplo.
Buscando revisitar as temáticas infantis com olhar e impressões modernistas, acessórios como luvas, botas e tecidos esbanjam arrojo na transparência, pois fogem da imagem tradicional das festinhas de aniversário, predominando tecidos como tule em tons bege neutro e casacos com pelos que compõem esse universo de encanto e magia.
Bolsa em formato de bolo foi o centro das atenções
Como curiosidade, o bolo é o destaque do evento, no qual foi apresentada uma bolsa em estilo 3D que imitava a forma do doce, e que por conseguinte, foi o momento que causou o maior frisson entre os convidados do desfile.
Cores e tecidos recebem inspiração das festas de aniversário (Foto: reprodução/Marcelo Soubhia/Elle)
Lembrança de infância de Janaína Azevedo
Uma das estilistas responsáveis pela coleção, Janaína, usou como fonte de inspiração para sua criação, a experiência pessoal de utilizar, aos 5 anos, um vestido estilo tomara que caia, composto por renda branca, que em sua opinião, esclarece. "Agora, ele se transforma na noiva-sereia que fecha o desfile. A roupa é uma das armaduras para enfrentar a vida”, explica a designer.
Proposta com tule e pelúcia remetem à infância com uma releitura modernista (Foto: reprodução/Marcelo Soubhia/Elle)
Linha exibe composições instigantes, sem apelações
Na parte superior, prioridade para o ombro único, barra feita no micro short, lapelas em estilo blazer e mangas parecidas com tops. Atenção também voltada para o dourado e a modelagem com pegada provocante.
O ponto alto e badalado na passarela, foi a exposição da ala dourada com enfoque para as saias e sobretudos no modelo trench-coats complementados por estolas fazendo um tipo bolsa de pelúcia.
Novamente, destaque para as transparências com efeito colante, vestidos e saias em comprimentos mínimos que enriquecem as curvas femininas, fazendo uma clara alusão, de modo refinado, ao estilo bitchwear.
Ousadia em transparência e babados extravagantes fazem parte do estilo bitchwear (Foto: reprodução/Marcelo Soubhia/Elle)
Glacê reinventa o conceito de moda
Sob o olhar clínico e visionário das diretoras de criação, Janaína Azevedo e Lívia Barros, o espírito lúdico das festinhas infantis que permeia a coleção, compreende uma vibração de debutar, iniciar na vida social, revisitando itens que marcaram o passado de ambas e a transição para a vida adulta, ao projetar esses momentos, nas roupas em tule com modelagens justíssimas que evocam, uma silhueta sensual, saias enfeitadas com exagerados babados e caimento balonê como aposta de tendência de moda.
Músicas internacionais em ritmo de piseiro
Embalando a trilha sonora da apresentação, canções estrangeiras de sucesso como, “Save a Prayer”, do Duran Duran, “Sweet Dreams”, da Eurythmics, e o hit nacional “Chorando se foi”, da Banda Kaoma, tocaram na melodia do piseiro, estilo brasileiro, garantindo o desempenho do desfile.
Foto Destaque: modelos desfilando para a Coleção Glacê (Reprodução/Marcelo Soubhia/Elle)
