As inundações e o calor extremo serão um duro golpe para a indústria global da moda, os quatro principais países produtores de roupa do mundo arriscam perder, até 2030, lucros de aproximadamente US$ 65 bilhões (cerca de R$ 316 bilhões); segundo um estudo da gestora de investimentos Schroders e da Universidade Cornell.
Países como Paquistão, Camboja, Bangladesh e Vietnã estão em risco, com uma queda nos rendimentos das exportações de 22% e, um grande impacto econômico previsto para o final da década, conforme as informações divulgadas na quarta-feira (13).
As empresas deste segmento devem alterar os horários dos funcionários, a fim de garantir que eles tenham descanso e hidratação suficientes em resposta à perturbação prevista.
Sobre o estudo
Por serem potências industriais, os quatro países asiáticos foram escolhidos como base para os estudos. Eles representam 18% das exportações globais de vestuário, 10 mil fábricas de calçado e vestuário e, pouco mais de 10 milhões de trabalhadores nesta indústria.
Inundações no Paquistão, emergência climática registrada em janeiro de 2023 (Foto: reprodução/Asim Hafeez/MSF)
No Paquistão, a atenção é redobrada, pois um terço do país esteve submerso no ano passado. Durante a pior crise meteorológica da história. Se forem tomadas medidas proativas para reduzir o estresse térmico dos trabalhadores, será possível evitar parte da perda de rendimentos projetada pelo estudo. A estimativa se baseia na perda causada pelas altas temperaturas e inundações, usando a situação do Paquistão como exemplo.
Em relação ao desemprego
À medida que desacelera a produtividade, quase 1 milhão de empregos a menos serão criados, devido ao impacto esperado de condições climáticas adversas, seguindo os dados. Por exemplo, a produção pode diminuir cerca de 1,5% por cada aumento de 1°C na temperatura.
Os autores do estudo pedem para que as empresas cuidem dos seus colaboradores, tratando esse aumento das temperaturas como um grave risco a saúde. Sendo concedida a licença remunerada e o direito a suspensão do trabalho.
As marcas devem, ainda, considerar ajudar os seus fornecedores a transferir suas bases de produção para locais de menor risco: “Os trabalhadores precisam desses investimentos agora porque os padrões de calor extremo e as proteções contra inundações são inexistentes.”
Foto destaque: Fábrica de roupas em Guangzhou, no sul da China. Reprodução/Zheng Jianxin/Imaginechina/AFP/Projeto Colabora