Uma ação coletiva protocolada na Califórnia, nos Estados Unidos, fez com que advogados de dois clientes da Hermès entrassem com ação judicial sobre a marca francesa após alegarem “venda casada” de seus produtos. De acordo com os documentos, a grife estaria possibilitando a compra da Birkin, um dos modelos mais conhecidos da marca, apenas para clientes que já obtivessem gastos exorbitantes na marca.
Birkin, bolsa da marca Hermès, em ensaio para a Paris Fashion Week 2024 (Foto: reprodução/Getty Images Embed)
O processo
Os advogados de Mark Glinoga e Tina Cavalleri alegaram violação de “anti-confiança” por parte da Hermès após vincularem a venda das bolsas famosas a outros produtos como lenços e cintos.
Tina, uma das clientes, afirma ter gastado “milhares de dólares” em suas compras e, mesmo assim, quando entrou em contato com a marca para realizar a compra da bolsa, recebeu uma resposta negativa. Segundo a Hermès, a Birkin seria vendida somente a “clientes que haviam sido consistentes em apoiar o negócio”. A cliente interpretou como uma forma de pressão para que comprasse outros produtos da marca.
Mark Glinoga também havia tentado realizar a compra da bolsa, mas alega no documento que “foi informado, em todas elas, que seria necessário adquirir outros produtos”.
“Os consumidores são coagidos a comprar produtos adicionais pelo simples fato de desejar comprar uma Birkin. Com isso, os demandados inflam, na prática, o preço da bolsa e o lucro obtido com a Birkin”, disse Mark.
Segundo a ação, os clientes que se consideram “dignos” recebem a Birkin em uma sala privada. Os vendedores não recebem comissão pela venda da bolsa, mas têm a função de escolher quem deve receber o produto, de acordo com os documentos apresentados na ação.
A exclusividade da Birkin
No ano de 1984, a Hermès lançou a bolsa com o intuito de que se tornasse o item de moda mais cobiçado em comparação aos outros itens. Foi inspirada na atriz Jane Birkin e constantemente é vista sendo utilizada por celebridades, que, por muitas vezes, fazem coleções por puro luxo e status.
Com o passar do tempo, a bolsa conquistou seu espaço dentro da marca com uma variedade maior de cores e tamanhos, porém sempre com a mesma exclusividade sendo passada a quem deseja consumi-la. Custando entre US$10 mil e US$1 milhão, a bolsa, feita a mão, é vendida somente nas lojas físicas e para conseguir é necessário passar por uma fila de espera.
Foto destaque: Bolsas Birkin, da Hermès, em foto de ensaio para a Paris Fashion Week 2024 (reprodução/Getty Images)