Entre os meses de março e abril, a polícia italiana realizou uma série de operações nos quais foram descobertas fábricas improvisadas no país que confeccionam as famosas bolsas das marcas Dior e Armani. Nessas fábricas, é utilizada a mão de obra estrangeira, a maioria sendo de imigrantes ilegais, para fazer as peças de grife por um baixo custo de produção em relação ao valor que elas são vendidas no varejo.
Operações policiais descobrem condições precárias
De acordo com o Wall Street Journal, os trabalhadores recebem de 2 a 3 euros por hora, valor que equivale de R$ 10 a R$ 16 reais, além de enfrentarem extensas horas de trabalho, que iam desde o amanhecer até o anoitecer, e terem que dormir no local para continuar com a produção. Eles também tinham que operar máquinas sem dispositivos de segurança para aumentar a produtividade.
Segundo os relatórios, Dior e Armani pagavam cerca de 53 (R$ 313,67 reais) e 93 (R$ 550,40 reais) euros aos fornecedores para vender as bolsas por 2,7 mil (quase R$ 16 mil reais) e 1,8 mil euros (R$ 10,6 mil reais), respectivamente, nas lojas de luxo. Os promotores também revelaram que algumas das oficinas investigadas também fabricam os produtos para outras marcas de renome, que não foram divulgadas.
Bolsas das marcas Dior e Armani (Foto: Reprodução/Edward Berthelot/Marc Piasecki/Stephane Cardinale/Peter White/Getty Images Embed)
Decisão judicial e resposta das grifes
Os promotores de Milão colocaram as unidades das grifes sob administração judicial durante um ano para garantir que as operações sejam feitas de forma ética e os proprietários das fábricas também estão sendo investigados.
A Dior não quis dar uma resposta ao Wall Street Journal a respeito do ocorrido. Já a Armani disse estar cumprindo com as medidas de controle e prevenção para minimizar os abusos dentro de sua produção e que está colaborando com a máxima transparência com as autoridades.
Foto destaque: Fachada da loja da Dior em Milão (Reprodução/Instagram/@luca.albero)