Moda

França impõe regras mais apertadas contra fast fashion

Parlamento francês aprova projeto de lei que prevê sanções para “limitar os excessos da ultra-fast fashion”

15 Mar 2024 - 14h11 | Atualizado em 15 Mar 2024 - 14h11
França impõe regras mais apertadas contra fast fashion Lorena Bueri

Deputados franceses aprovaram por unanimidade medidas que limitam os excessos das fast fashions. O projeto foi apresentado durante a assembleia realizada nesta quinta-feira (14) pelo partido político Horizons, grupo aliado a Emmanuel Macron, e agora deve seguir para votação no Senado.

Se o projeto de lei for aprovado no Senado, entrará em vigor até 2030, e a França poderá se tornar "o primeiro país a legislar para limitar os excessos da ultra fast fashion", como saúda o ministro da Transição Ecológica, Christophe Béchu.


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Trabalhadores em fábrica fornecedora da SHEIN (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Jade Gao)


A Câmara também propõe uma definição de fast fashion baseada no volume de produção e na rapidez na criação de novas coleções, além da aplicação de uma multa que pode atingir até €10 (aproximadamente 55 reais) por cada produto comercializado pelas fabricantes. Essa penalidade não poderá ultrapassar 50% do valor do produto.

Estratégias em apoio ao meio ambiente

Todo o mercado internacional, incluindo a França, foi tomado e impactado por marcas do tipo fast fashion. O principal argumento contra as grandes marcas da “moda rápida”, como as chinesas Shein e a Temu – que está para chegar ao Brasil ainda este ano – são os impactos ambientais causados pela indústria têxtil.

A deputada do Horizons, Anne-Cécile Violland, usou como exemplo a Shein e suas "7.200 novas peças por dia" para falar sobre o excesso de produção das marcas, e garante que a indústria têxtil é a mais poluente, sendo responsável por 10% das emissões de gases com efeito de estufa, além de poluir a água.

Caça às fast fashion

Além da multa, as medidas incluem o estabelecimento de uma taxa ambiental para os artigos de baixo custo, e os fabricantes também terão a obrigação de informar aos consumidores sobre o impacto ambiental proveniente dos produtos que utilizam.

E não apenas as marcas chinesas serão atingidas; outras marcas como Zara e H&M também foram citadas na discussão. Uma das medidas que foi aprovada quase unanimemente, com exceção do partido político Les Républicains, foi a proibição da publicidade dos produtos têxteis mais baratos, incluindo aquela feita por influenciadores.

Foto Destaque: Sacola de compras da marca Shein (Reprodução/Jade Gao/Getty Images Embed)

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