Deputados franceses aprovaram por unanimidade medidas que limitam os excessos das fast fashions. O projeto foi apresentado durante a assembleia realizada nesta quinta-feira (14) pelo partido político Horizons, grupo aliado a Emmanuel Macron, e agora deve seguir para votação no Senado.
Se o projeto de lei for aprovado no Senado, entrará em vigor até 2030, e a França poderá se tornar "o primeiro país a legislar para limitar os excessos da ultra fast fashion", como saúda o ministro da Transição Ecológica, Christophe Béchu.
Trabalhadores em fábrica fornecedora da SHEIN (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Jade Gao)
A Câmara também propõe uma definição de fast fashion baseada no volume de produção e na rapidez na criação de novas coleções, além da aplicação de uma multa que pode atingir até €10 (aproximadamente 55 reais) por cada produto comercializado pelas fabricantes. Essa penalidade não poderá ultrapassar 50% do valor do produto.
Estratégias em apoio ao meio ambiente
Todo o mercado internacional, incluindo a França, foi tomado e impactado por marcas do tipo fast fashion. O principal argumento contra as grandes marcas da “moda rápida”, como as chinesas Shein e a Temu – que está para chegar ao Brasil ainda este ano – são os impactos ambientais causados pela indústria têxtil.
A deputada do Horizons, Anne-Cécile Violland, usou como exemplo a Shein e suas "7.200 novas peças por dia" para falar sobre o excesso de produção das marcas, e garante que a indústria têxtil é a mais poluente, sendo responsável por 10% das emissões de gases com efeito de estufa, além de poluir a água.
Caça às fast fashion
Além da multa, as medidas incluem o estabelecimento de uma taxa ambiental para os artigos de baixo custo, e os fabricantes também terão a obrigação de informar aos consumidores sobre o impacto ambiental proveniente dos produtos que utilizam.
E não apenas as marcas chinesas serão atingidas; outras marcas como Zara e H&M também foram citadas na discussão. Uma das medidas que foi aprovada quase unanimemente, com exceção do partido político Les Républicains, foi a proibição da publicidade dos produtos têxteis mais baratos, incluindo aquela feita por influenciadores.
Foto Destaque: Sacola de compras da marca Shein (Reprodução/Jade Gao/Getty Images Embed)