Há mais de 200 anos, desde a descoberta das primeiras tumbas no Egito, essa civilização vem sendo alvo de muito interesse, principalmente, pelo ocidente.
Motivados pelo fascínio à cultura do Egito antigo, filósofos, arqueólogos e egiptólogos buscam, a todo custo, entender como aquela sociedade era formada, seus costumes e sua organização, suas estruturas e muito mais.
Foi dessa obsessão que nasceu o termo egiptomania, que nada mais é do que uma onda de interesse sobre o Antigo Egito, iniciada, principalmente, durante o século XIX e início do século XX. Mas será que essa onda nos influencia até hoje? A resposta é: sim.
Desde o design, à moda, as joias e passando pela maquiagem, a identidade visual egípcia da antiguidade sempre esteve presente com seus elementos clássicos associados ao tempo faraônico.
Um exemplo disso são as joias da Casa Cartier que, desde 1922, momento que a egiptomania estava em alta, tem uma inspiração nessa cultura. Além disso, é impossível esquecer dos traços geométricos trazidos pela arte egípcia e que foram responsáveis pela criação de um novo modelo estético do Art Déco.
A cultura faraônica esteve na mira de várias indústrias ao longo dos anos (Foto: L'Officiel Brasil/Reprodução)
Na moda, o Egito Antigo está caracterizado, essencialmente, pelos seus tecidos, cores, estampas, formas e padrões. Em 2004, John Galliano, em seu trabalho para a Dior, criou uma coleção toda inspirada na cultura faraônica. Já em 2020, Zuhair Murad, em sua coleção de alta costura, trouxe traços da estética egípcia, trazendo cores, bordados, formas e transparências que nos remetem ao tempo dos faraós. Por fim, em 2023, Olivier Rousteing, em seu desfile para a Balmain, trouxe uma visão maximalista com referências egípcias.
É possível até fazer uma reflexão ainda mais profunda sobre como a cultura egípcia nos afeta até hoje. Um bom exemplo disso são os processos de preservação dos corpos na antiguidade. Assim como os egípcios embalsamavam seus corpos para preservá-los para o além-vida, hoje vemos a cultura da busca pela preservação corporal, mas com o intuito de aumentar a vida, os famosos rejuvenescimentos faciais e as diversas técnicas estéticas que tentam impedir que as pessoas envelheçam.
Outros tantos paralelos podem ser feitos, como a idolatria aos animais que se faz presentes na antiguidade e também hoje; a utilização de perucas e maquiagem, entre outro. É inegável a influência da cultura egípcia até hoje e, provavelmente, ela vai se manter por muito tempo.
Foto destaque: A cultura faraônica esteve na mira de várias indústrias ao longo dos anos (Freepik/Reprodução)