Para provar que a moda e as causas sociais sempre estiveram conectadas, nasceu a Tamã. Fundada a dois anos na capital federal, o empreendimento possui designs autorais feitos por indígenas e quilombolas, e está passando do comércio exclusivamente virtual para uma loja itinerante na cidade natal.
A Tamã surgiu de um propósito de valorizar a socio biodiversidade brasileira. “Acreditamos que nossas roupas podem carregar e democratizar importantes mensagens e, por isso, trabalhamos desenvolvendo projetos em cocriação com associações e povos indígenas.” Cléber Oliveira, cofundador do empreendimento, esclareceu em entrevista à coluna Moda Brasilia, nesta terça-feira (10).
“A moda sempre se apropriou da cultura para vender. A Tamã, no entanto, utiliza elementos dos povos indígenas com a autorização, com acordo e com a repartição de benefícios”, continuou Cléber. “Estamos fortalecendo uma rede de povos tradicionais. Falar que estamos contribuindo é um exagero, na verdade, eles que estão nos ajudando. E todo mundo vai crescendo um pouquinho, é a economia da reciprocidade, da abundância.”
Tamã. (Foto: Reprodução/Tamã)
A empresa, que pretende se expandir por todo Brasil até 2023, escolheu Brasília para abrigar sua primeira loja física. “Nós nascemos em Brasília. E sempre trabalhamos e vendemos para fora, 90% do nosso público é de São Paulo. Então, por que não Brasília? Queremos atingir a cidade em que nós ficamos e moramos, e esperamos que ela possa nos abraçar.” Cléber disse. Levando em conta que a intenção é inaugurar dez espaços. “Queremos estar na rua, ocupar espaços públicos e estar cada vez mais associados às lutas dos povos indígenas. A vestimenta é também uma ferramenta de informação e queremos usá-la para a promoção da diversidade étnica brasileira.”
Em todo o Brasil, aproximadamente 15 grupos fazem parte da rede colaborativa. O lucro das peças é dividido entre comunidades tradicionais e iniciativas dedicadas aos povos indígenas e quilombolas. Hoje estão disponíveis para a venda camisetas estampadas, carteiras, bolsas e mochilas.
Foto destaque: Tamã. Reprodução/Tamã