Na 56ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW), a discussão sobre a desigualdade de gênero na moda ganhou destaque. Estilistas e marcas compartilharam suas perspectivas, revelando desafios e oportunidades no cenário fashion.
Estilistas femininas e a desigualdade de gênero
Apesar de a moda ser um campo de consumo majoritariamente feminino, a representação feminina na criação e direção de marcas ainda é desproporcional. Estilistas mulheres levantaram a voz, destacando a necessidade de maior igualdade de gênero na indústria.
Na SPFW, as mulheres ocupam diversos papéis cruciais, desde maquiadoras até jornalistas. No entanto, a falta de representatividade feminina nas direções criativas das marcas é evidente. Isso levanta questões sobre a importância de promover igualdade nos bastidores da moda.
Das 38 marcas participantes da SPFW, apenas 13 têm designers mulheres. Em um setor considerado “feminino”, essa disparidade é intrigante. A escassez destaca a persistente desigualdade de gênero na indústria, onde, embora as mulheres sejam maioria na força de trabalho, sua representação em posições de liderança é limitada.
Desfile da diretora criativa Renata Buzzo na SPFW N56 (Foto: reprodução/Raíssa Basílio/Revista Claudia)
Perspectivas de Renata Buzzo e Cíntia Félix
Em entrevista para a revista Cláudia, as diretoras criativas Renata Buzzo, de sua marca homônima, e Cíntia Félix, de AZ Marias, falaram sobre o assunto.
Numa reflexão impactante, Cíntia Félix levanta a questão sobre o papel das mulheres na indústria da moda e seu desejo é claro: mais mulheres liderando, assinando a beleza dos desfiles e moldando o cenário da moda com sua multiplicidade e generosidade.
Na análise crítica de Renata Buzzo, ela destaca a gritante desproporção da quantidade entre homens e mulheres na indústria da moda. A observação atenta revela uma institucionalização dessa disparidade, que exige das mulheres uma trajetória mais longa e desafiadora, sempre demandando prova dobrada. A abordagem da temática feminina em seus desfiles é uma constante, explorando diferentes aspectos da jornada feminina.
Cíntia Félix e Renata Buzzo destacam-se como vozes influentes nas transformações da indústria da moda, juntamente com outras designers brasileiras notáveis, como Mônica Sampaio, Helô Rocha e Mayari Jubini. Apesar dos avanços, a indústria ainda enfrenta desafios significativos em termos de diversidade de corpos, peles e gêneros, exigindo um espaço mais inclusivo e representativo.
Desfile de AZ Marias, da diretora criativa Cíntia Félix na SPFW N56 (Foto: reprodução/Raíssa Basílio/Revista Claudia)
A moda é para todos
Apesar das desigualdades, a SPFW N56 testemunhou um aumento na diversidade nas passarelas. Modelos de diferentes origens e identidades de gênero têm ganhado espaço, mostrando que a moda é para todos. Marcas e modelos trabalham para tornar o evento mais inclusivo e representativo.
Foto Destaque: Logo da São Paulo Fashion Week (Reprodução/Blog André Hottër)