Se você pudesse mergulhar em um conto de fadas com toques de ousadia, como ele seria? Para Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior, ele teria flores, pássaros, moicanos de penas e vestidos tão belos que mais parecem ter saído de uma obra de arte. Foi exatamente isso que o público vivenciou no desfile de alta-costura verão 2025, realizado nos jardins do Museu Rodin, em Paris. A Dior não apresentou apenas moda, mas um universo inteiro onde fantasia e realidade se encontram para contar uma história única.
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Um convite ao imaginário
Inspirada pela icônica obra “Alice no País das Maravilhas”, Chiuri embarcou em uma viagem pela fascinação infantil, trazendo para a passarela o que há de mais lúdico e sonhador. As modelos pareciam sair diretamente de um universo mágico, com moicanos adornados por flores delicadas, sapatos sem salto e roupas que desafiavam as proporções. Bustiês visíveis, saias volumosas e silhuetas estruturadas chamaram a atenção, ao mesmo tempo que exploravam o contraste entre a leveza e a força.
E não foi só isso. A coleção também resgatou a silhueta Trapèze, criada por Yves Saint Laurent em 1958 para a maison, reinterpretando-a com uma pegada contemporânea. A cada passo, as modelos transmitiam a sensação de que o impossível é apenas uma questão de perspectiva.
Chiuri descreveu a mulher Dior como alguém que pode ser flor, pássaro ou sonhadora – e talvez até tudo isso ao mesmo tempo. Essa mistura de elementos trouxe uma nova visão do feminino, um olhar que abraça a dualidade entre delicadeza e poder.
Arte e força em perfeita harmonia
O cenário do desfile foi um espetáculo à parte. Grandes painéis bordados à mão, inspirados na obra da artista indiana Rithika Merchant, adornaram o espaço, criando um verdadeiro país das maravilhas visual. Cada detalhe, das cores aos bordados intrincados, parecia contar uma história que conectava moda, natureza e arte.
E o tema do pássaro? Ele estava em todo lugar – nos moicanos de penas, nas crinolinas que lembravam gaiolas e na liberdade que transbordava de cada peça. Era como se as modelos fossem guerreiras aladas, prontas para conquistar o mundo com sua força e elegância.
Os sapatos sem salto reforçaram essa ideia de liberdade e equilíbrio. Aqui, a mulher Dior não apenas desfila; ela caminha com firmeza, mesmo quando flutua entre o sonho e a realidade.
Pássaros em gaiolas e mulheres-flores desenhadas por Monsieur Dior (Vídeo: reprodução/Instagram/@susiebubble)
Moda como arte e expressão
Ao final do desfile, ficou claro que a Dior não queria apenas impressionar. Ela queria emocionar. Cada look, cada bordado, cada detalhe parecia sussurrar: “Sonhe, ouse, seja livre.” Maria Grazia Chiuri trouxe um pouco de magia para um mundo que, convenhamos, anda precisando de encantos.
Mais do que moda, a alta-costura da Dior é uma declaração de que a arte pode ser usada para reinventar quem somos e como vemos o mundo. E, com essa coleção, fica impossível não se deixar levar pela imaginação.
Porque, uma dose de fantasia pode conferir mais significado à vida cotidiana.
Foto destaque: Desfile de Christian Dior Primavera / Verão 2025 em Paris (Reprodução/Haute Couture Desfiles/Fashion Network)
