Moda

Day Molina lança Capibaribe no desfile da Casa de Criadores

Estilista de raízes indígenas, apresenta coleção inspirada na imigração dos sertões e suas consequências para as grandes cidades

28 Jul 2024 - 13h15 | Atualizado em 28 Jul 2024 - 13h15
Day Molina lança Capibaribe no desfile da Casa de Criadores Lorena Bueri

A proprietária da grife Nalimo, a estilista Day Molina, é considerada um dos principais ícones indígenas de sua geração e apresentou a sua mais recente linha de roupas, a Capibaribe, na Casa de Criadores nº54, neste sábado (27), na capital paulista, com a temática da imigração sertanista para as metrópoles e todos os desdobramentos gerados pelo evento.

Homenagem simbólica a Pernambuco através da moda

A abertura do evento se deu com a presença do Caboclo de Lança, personagem emblemático de Maracatu, apresentando composições texturizadas na famosa palha de Cabrobó. 

Na sequência, a apresentação trouxe vestidos entremeados por rendados e bordados na cor branca, itens compostos pela modelagem de alfaiataria e confeccionados em tecidos de linho e algodão rústico também marcaram presença.

A aparição de peças fabricadas em crochê com bordados cariris, costurados na região do Cariri, território do Estado de Tocantins, foram destaque durante a exibição.




Elementos visuais representam toque de brasilidade ao traje (Foto: reprodução/Instagram/@voguebrasil)


Elementos da natureza e respeito à ancestralidade

Looks com franjas pretas em toda a sua extensão, estampados com imagens de animais típicos do Nordeste, como o caranguejo, numa referência ao movimento de militância cultural, Manguebeat.

Personalidades das artes, como o músico Jorge du Peixe, vocalista da Banda Nação Zumbi e a cunhã-poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira desfilaram os trajes para o público presente.



Coleção opta por materiais de couro cru e tecido em linho com acessórios extraídos da natureza (Foto: reprodução/Instagram/@voguebrasil)



Proposta da estilista

A nordestina Day Molina, é a designer de moda mais consagrada, senão, a precursora da geração indígena no país, e resolveu valorizar e exibir o tema do sertão numa reverência à sua terra natal, o Estado de Pernambuco, terra de origem de seus antepassados.

Demonstrando consciência política, a estilista se apropria da moda para transparecer sua face engajada com as questões sociais que cercam a história dos povos: "Eu nasci indígena. Eu sou uma mulher de resistência que vem de um legado importantíssimo no Sertão de Pernambuco, as mulheres da minha família, jamais serão esquecidas. Elas têm uma contribuição na luta", e completa: "E aí, eu acho que o meu trabalho não reflete só sobre descolonizar a moda, em um lugar da intelectualidade. Ele reflete esse movimento na prática. Não preciso olhar para fora, olho para dentro", enaltecendo a vestimenta como uma função política.

Pioneira no nicho de desfiles

Em entrevista concedida à Revista Marie Claire, Day explica a motivação para fundar a própria grife. "Eu achava que precisava criar uma marca que não existe no Brasil. Criar uma referência estética e originária que não existisse no Brasil. Então, comecei um movimento muito forte assim de profunda vanguarda indígena na indústria da moda", reflete.






Vestimenta com emblema do caranguejo, típico da região (Foto: reprodução/Marcelo Soubhia/@agfotosite/Elle)


Nascimento e princípios da Nalimo

Idealizada e desenvolvida em 2017, pela pernambucana Day Molina (32), a empresa de moda Nalimo une criatividade e representatividade cultural para desenhar e expor suas linhas de roupas, promovendo e divulgando a base de seus valores nas raízes do sertão nordestino, no desfile da Casa de Criadores, já na sua versão de número 54, na cidade de São Paulo.

Day Molina explora, com riqueza de detalhes, uma diversidade de texturas, composições em alfaiataria brasileira e a utilização do artesanato em suas criações.

Sua consciência política e ativista prioriza os recursos naturais e o trabalho das mulheres sertanejas, simbolizadas pela reciclagem de retalhos na fabricação de suas peças que costuradas e bordadas, manualmente, remetem à aparência de plumas e franjas, dentre outras, proporcionando um toque de nobreza e exuberância às roupas.

Foto Destaque: Coleção Capibaribe da grife pernambucana Nalimo (Reprodução/Marcelo Soubhia/@agfotosite/Elle)

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