A Copenhagen Fashion Week (CPHFW) vem se destacando cada vez mais no mundo da moda devido às suas políticas para reduzir o impacto ambiental que a indústria produz no planeta. Essa ideia surgiu com a chegada da CEO Cecilie Thorsmark em 2018 e, dois anos depois, a organização da semana de moda dinamarquesa lançou o primeiro plano de ação para que todas as marcas participantes do evento adotassem os 19 padrões mínimos em até três anos.
Tal meta já foi alcançada na temporada de outono/inverno de 2023 e, agora, a Copenhagen Fashion Week tem planos de aumentar essas normas uma vez a cada ano. Para a temporada de primavera/verão 2025, que acontece entre os dias 5 e 9 de agosto, uma nova regra foi adicionada visando a acessibilidade a variados tipos de corpos.
Saiba mais sobre os códigos de conduta
Atualmente, os 19 padrões mínimos estão divididos em seis pilares: direção estratégica, design, escolha inteligente de materiais, condições de trabalho, engajamento do consumidor e desfile. Dentre as direções estratégicas, todas as marcas devem ter um plano de sustentabilidade formalmente aprovado, fornecer oportunidades de trabalho e contratação para garantir uma maior diversidade nos escritórios, não destruir roupas não vendidas e ter um processo para sobras de materiais.
A parte de design abrange a informação aos clientes sobre a qualidade e longevidade das peças e a implementação de design circular, visando a reparabilidade, reciclabilidade, atualização, reutilização e inclusão de conteúdo reciclado nos produtos. Para as escolhas inteligentes de materiais, pelo menos 60% da coleção deve ter materiais preferenciais menos poluentes ou tecidos mortos, além de não conter peças derivadas de animais.
Bastidores da temporada outono/inverno 2024 da CPHFW (Fotos: reprodução/Instagram/@cphfw)
As marcas também precisam ter diretrizes e processos para garantir um ambiente de trabalho seguro, saudável e respeitoso. Além disso, não devem utilizar embalagens descartáveis, preferindo alternativas recicláveis, e a equipe de atendimento ao cliente deve estar sempre informada sobre as estratégias de sustentabilidade para poder manter o consumidor a par de toda a situação.
Os desfiles não podem produzir adereços descartáveis, devendo recorrer a itens de segunda mão ou aluguel, não utilizar embalagens plásticas para cenários, e os resíduos terão de ser separados de acordo com os requisitos dinamarqueses de triagem de resíduos e reduzir as emissões de gases o máximo possível, compensando as emissões inevitáveis.
Marca brasileira na Copenhagen Fashion Week
41 marcas estão confirmadas para participar da semana de moda dinamarquesa que vai iniciar nesta segunda-feira (25). Entre elas, está o designer brasileiro João Maraschin. Nascido no Rio Grande do Sul, o estilista se formou em Fashion Design na London College of Fashion e foi o primeiro brasileiro a ser pré-selecionado na LVMH, conhecida por dar visibilidade a novos talentos no mundo da moda.
Peça da coleção “Foreigner Traveller" de João Maraschin (Foto: reprodução/Instagram/@joaomaraschin)
Suas criações combinam o trabalho artesanal e a sustentabilidade. Sua primeira coleção, chamada “Foreigner Traveller" (Viajante Estrangeiro), envolveu a colaboração de bordadeiras de Minas Gerais e a utilização de materiais como couro da planta orelha-de-elefante, no qual foram feitas bolsas, sapatos e vestidos, e fios de seda primitivos nas peças de tricô, tingidos com vegetais e frutas. O desfile de sua marca acontecerá nesta terça-feira (6) às 6h no horário de Brasília.
Foto destaque: Imagem promocional para a temporada primavera/verão 2025 da CPHFW (Reprodução/Instagram/@cphfw)