Olivier Rousteing provou que é um dos maiores showmen da moda global na última quarta-feira (28). Onze anos após sua chegada a Balmain, o diretor criativo apresentou, no Estádio Jean-Bouin, a terceira edição do Balmain Festival, desfile-espetáculo que reuniu shows, diversas atrações e, é claro, o lançamento de sua coleção de Verão 2023. Com direito à participação especial da Cher, quase 100 looks desfilaram diante de uma plateia lotada.
Defensor de diversas causas, Rousteing fez da sustentabilidade o pilar do espetáculo desta temporada. Com a proposta de discutir a urgência das mudanças climáticas, o estilista desfilou peças feitas de folha de bananeira, papel, madeira, ráfia e uma gama de tecidos reciclados.
Balmain Verão 23 (Foto: Reprodução/ ImaxTree)
O show começou mesclando prêt-à-porter com alta costura. Tecidos se alongaram pelas barras dos vestidos e dançaram sobre a passarela, modelos ostentaram produções futuristas feitas de palha e estampas em chamas dividiram lugar com pinturas renascentistas ao som de “7 Seconds”, hit dos anos 1990 de Neneh Cherry e Youssou N’Dour.
Nos primeiros looks, a paleta de cores em tons terrosos serviu como tela para recortes, amarrações e transparências. Já em um segundo momento, deslizaram pelo estágio peças mais elaboradas, como vestidos de noivas e saias bailarinas armadas. Além disso, body prints gráficos deram continuidade à coleção anterior da grife.
Os acessórios do desfile se impuseram de forma inseparável dos looks, sendo que quem mais chamou atenção foram os sapatos extra chunky. Surgiram ainda chapéus de abas larguíssimas, botas de combate, pulseiras e bijoux douradas para os lábios e o nariz, garantindo uma verdadeira marcha conquistadora do “Balmain Army” de Olivier Rousteing.
Balmain Verão 23 (Foto: Reprodução/ ImaxTree)
Os materiais orgânicos presentes no desfile foram resultado de buscas das equipes de design em diferentes biomas. Um dos bustiês, por exemplo, foi criado a partir da casca de castanheiras, enquanto os elementos em cestaria foram feitos com materiais encontrados em pântanos e prados e, então, amaciados na água para que adquirissem um visual étnico.
O desfile foi uma exploração emocional e cultural para o diretor criativo da Balmain, que já falou sobre sua adoção e, recentemente, descobriu que seus pais biológicos eram do Chifre da África. “Em toda parte, a influência da África é, obviamente, muito fácil detectar", comentou Olivier. De acordo com ele, a descoberta sobre seus pais só serviu para intensificar seu fascínio pelas tradições e belezas da região.
Um dos momentos mais celebrados da noite foi seu final-surpresa com a participação especial de Cher. Usando um body com ombreiras geométricas e estampa marmorizada, a cantora, de 76 anos, desfilou ao lado de Rousteing ao som da música “Strong Enough”, lançada por ela em 1998. Para finalizar, o espetáculo ainda contou um vídeo em sua homenagem, proporcionando uma experiência digna das galerias de arte.
Foto destaque: Balmain Verão 23. Reprodução/ ImaxTree