Dorival aposta em laboratório tático no Corinthians para escapar da estagnação

Dorival utiliza jogos como laboratório enquanto não tem os reforços que pediu para a diretoria

24 jul, 2025
Dorival em jogo pelo Corinthians | Reprodução/x/@Donaluciahexa
Dorival em jogo pelo Corinthians | Reprodução/x/@Donaluciahexa

Com a janela de transferências aberta e a paciência da torcida por um fio, o Corinthians segue estagnado no mercado. Diante do silêncio nos bastidores, Dorival Júnior resolveu agir no que tem controle: o campo. Sem caras novas, o treinador iniciou uma espécie de “laboratório tático” no elenco alvinegro, testando formações, resgatando nomes esquecidos e tentando extrair respostas de um grupo que ainda busca identidade na temporada.

Entre testes e improvisos

Contra o Cruzeiro, líder do Brasileirão, Dorival promoveu mudanças pontuais, mas simbólicas. Algumas peças foram reposicionadas, jovens ganharam minutos e veteranos sentiram o peso da concorrência. Embora o empate sem gols tenha deixado a Neo Química Arena em silêncio, o técnico saiu satisfeito com o que viu de postura. “Não é o resultado ideal, mas precisamos começar por algo”, teria dito aos membros da comissão técnica.

Mais do que rodar o elenco, a estratégia de Dorival deixa claro um recado interno: quem quiser espaço, terá que mostrar algo novo. Não há mais titulares absolutos, pelo menos até que o mercado traga reforços, o que, por ora, parece distante.


 Escalação do Corinthians para o jogo contra o Cruzeiro (Foto: reprodução/x/@Corinthians)

A promessa que não chegou

Quando assumiu o Corinthians, Dorival ouviu da diretoria a promessa de que teria ao menos quatro reforços nesta janela. Até agora, nenhum nome foi anunciado. E, enquanto a comissão técnica se desdobra para encontrar soluções, a diretoria enfrenta entraves políticos e financeiros que travam negociações. A presidência interina, a folha inchada e a desorganização administrativa dificultam qualquer movimentação mais ousada.

Tempo curto, elenco justo

Para o próximo compromisso, diante do Botafogo fora de casa, Dorival já sabe que terá desfalques por suspensão. As opções no banco são enxutas, e o técnico estuda promover mudanças no estilo de jogo, algo mais reativo, talvez com linha de cinco ou dupla de volantes mais fixos.

A missão? Somar pontos, evitar exposição e manter o elenco motivado enquanto o extracampo não colabora.

O risco do improviso

O Corinthians de Dorival ainda não tem uma espinha dorsal. Sem reforços, cada jogo vira um laboratório, e cada erro, uma pressão a mais. O risco de perder o controle emocional do vestiário aumenta, e o treinador sabe disso. Por enquanto, aposta na transparência com o elenco e no discurso de construção coletiva.

Conclusão: o Corinthians no fio da navalha

Dorival tenta reinventar o time com o que tem. Enquanto isso, a torcida assiste de camarote à morosidade da diretoria e cobra por atitude. O que era para ser uma reconstrução ganha contornos de sobrevivência.

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