Atlético Mineiro enfrenta novo atraso salarial

Instabilidade financeira do clube redobra a atenção dos atletas que estão com atrasos nos rendimentos; Hulk e Allan comentaram sobre o caso

09 jul, 2025
Arena MRV, casa do Atlético Mineiro | Reprodução/Instagram/@atletico
Arena MRV, casa do Atlético Mineiro | Reprodução/Instagram/@atletico

O Clube Atlético Mineiro, uma das potências do futebol brasileiro, se vê novamente em meio a uma crise que tem gerado preocupações tanto para a diretoria quanto para os jogadores. Em julho de 2025, a equipe enfrentou mais um atraso no pagamento dos salários, o que acendeu um alerta no vestiário alvinegro. O episódio não é inédito: desde o início do ano, os jogadores já enfrentaram situações semelhantes, e a repetição do problema tem causado um clima de apreensão e descontentamento entre os atletas.


Atacante Hulk, do Atlético Mineiro, beija escudo do clube (Foto: reprodução/Buda Mendes/Getty Images Embed)

Nos últimos dias, fontes próximas ao clube relataram que o atraso salarial foi comunicado à equipe com alguns dias de antecedência, mas isso não diminuiu a insatisfação dos atletas. Em entrevistas informais após os treinos, vários jogadores expressaram suas preocupações sobre como essa situação pode afetar o desempenho da equipe em campo. O atacante Hulk comentou: “É difícil manter o foco quando você não sabe quando receberá seu salário. Todos nós temos contas a pagar e responsabilidades. O ideal seria que isso não interferisse no nosso trabalho”.

O volante Allan também abordou a situação em uma coletiva: “Nós sabemos que o clube passa por dificuldades financeiras, mas é frustrante ver essa situação se repetir. Estamos aqui para jogar e dar nosso melhor, mas precisamos de estabilidade para isso”. As falas dos jogadores refletem um sentimento comum entre eles: a necessidade de clareza e comprometimento da diretoria em resolver os problemas financeiros.

Clube alvinegro vive crise financeira

A diretoria do Atlético Mineiro, liderada pelo presidente Sérgio Coelho, tem trabalhado incansavelmente para encontrar soluções para a crise financeira que assola o clube. No entanto, muitos torcedores e analistas questionam se as medidas tomadas são suficientes para evitar novos atrasos salariais. A situação é ainda mais complicada devido à alta folha salarial do clube e ao investimento em contratações de peso nos últimos anos.

Em meio a esse cenário desafiador, a comissão técnica tenta manter a moral da equipe elevada. O técnico Eduardo Coudet tem promovido reuniões regulares com os atletas para discutir estratégias em campo e reforçar a importância da união do grupo neste momento turbulento. Em uma dessas reuniões, Coudet afirmou: “Temos que nos concentrar no nosso objetivo maior: vencer as partidas. O apoio mútuo entre nós é fundamental”.

Os torcedores também têm se manifestado nas redes sociais, expressando preocupação com a saúde financeira do clube e com o impacto disso na atuação da equipe nas competições nacionais e internacionais. A hashtag #FocoGalo ganhou força entre os fãs que pedem união e superação diante das adversidades.

Comissão técnica tenta manter a moral da equipe

A situação financeira do Atlético Mineiro não é isolada. Outros clubes brasileiros também enfrentam desafios semelhantes em tempos de crise econômica. Contudo, as repetidas falhas na gestão financeira geram um desgaste emocional significativo nos jogadores e podem levar à saída de alguns deles, caso as promessas de regularização dos pagamentos não sejam cumpridas.

“Estamos todos juntos nessa luta”, disse o goleiro Everson durante uma entrevista após o treino. “Mas precisamos que as coisas se resolvam rapidamente para que possamos voltar nosso foco total ao futebol”.

Enquanto isso, o futuro dos jogadores permanece incerto. Com especulações sobre possíveis transferências surgindo devido à instabilidade financeira do clube, muitos atletas já começam a considerar outras opções caso a situação não melhore rapidamente.

O Atlético Mineiro enfrenta mais um episódio de atraso salarial em julho de 2025, gerando descontentamento entre os jogadores e preocupação na torcida. Atletas como Hulk e Allan expressaram suas frustrações sobre como essa situação impacta seu desempenho em campo. A diretoria tenta solucionar as dificuldades financeiras enfrentadas pelo clube, mas as repetidas falhas na gestão geram incertezas sobre o futuro dos jogadores e deixam claro que é preciso estabilizar as finanças rapidamente para evitar maiores problemas.

Em termos financeiros, o Atlético Mineiro registrou um crescimento significativo, alcançando uma receita bruta de R$ 674 milhões, um aumento de 46% em relação ao ano anterior. No entanto, apesar desse crescimento nas receitas, o clube enfrenta uma dívida alarmante que ultrapassa R$ 2,3 bilhões. Essa situação preocupante indica que o Atlético pode levar de 19 a 22 anos para quitar suas obrigações financeiras, mesmo com os esforços da SAF em buscar novos aportes e equilibrar as contas. A combinação de altos gastos com salários e a necessidade de investimentos para manter a competitividade no futebol brasileiro agrava ainda mais a crise financeira que vem se arrastando nos últimos meses.


 

Comentários sobre a situação financeira do Atlético (Vídeo: reprodução /YouTube/@vinicruzeirense)

A dívida da Arena MRV do Atlético Mineiro, conforme as informações mais recentes, é de aproximadamente R$ 410 milhões. Este valor está previsto para ser quitado até setembro de 2029. A situação financeira da arena é parte das obrigações maiores do clube, que enfrenta um total de dívidas que supera os R$ 2,3 bilhões.

Além disso, a venda de camarotes e cadeiras na Arena gerou cerca de R$ 250 milhões, mas isso cobre apenas uma fração das dívidas relacionadas à construção e operação do estádio.

Desde a sua criação e posterior gestão pela SAF do Atlético Mineiro, o clube tem enfrentado o desafio de reestruturar as finanças. Antes da entrada da SAF, o Atlético acumulava uma dívida considerável, estimada em cerca de R$ 1,2 bilhão. Com a promessa de profissionalização e gestão mais eficiente, a SAF buscou a renegociação e o pagamento de parte dessas obrigações.

Um dos primeiros feitos da SAF foi a quitação de cerca de R$ 100 milhões em dívidas com o Banco Bradesco, referentes a um empréstimo anterior. Além disso, houve um esforço para regularizar pagamentos a fornecedores e até mesmo a antecipação de receitas futuras, como direitos de transmissão e cotas de patrocínio, para aliviar o fluxo de caixa imediato.

Dívida atual: A dívida total do clube chegou a mais de R$ 2,3 bilhões em 2025, incluindo a construção da Arena MRV (R$ 410 milhões).
Construção da Arena MRV: A construção da Arena, com custo de R$ 410 milhões, tem previsão de quitação até 2029.
Desafios: A gestão da SAF enfrenta o desafio de lidar com o alto volume de dívidas herdadas e custos operacionais, mesmo buscando otimizar receitas e atrair novos investimentos.
Essas informações mostram que a SAF do Atlético tem trabalhado para reestruturar as finanças, mas ainda há um longo caminho a percorrer para lidar com o endividamento e garantir a saúde financeira do clube.

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