Capitão do Juventude lidera movimento por paralisação do Brasileirão
Em solidariedade ao Rio Grande do Sul, Nenê, do Juventude, busca união entre capitães de clubes da Série A em meio à crise climática no estado

O capitão do Juventude, Nenê, está liderando um movimento entre os capitães das equipes da Série A do Campeonato Brasileiro para a paralisação dos jogos em solidariedade ao Rio Grande do Sul, que enfrenta uma grave tragédia climática. A iniciativa visa unir os clubes em um gesto de apoio diante das enchentes e da devastação provocada pelas chuvas no estado.
Mobilização em meio a crise
Nenê revelou que iniciou o movimento em um grupo de WhatsApp dos capitães, buscando uma união para ajudar diante da situação de emergência no Rio Grande do Sul, conforme reportagem do “/GE”/: “Fiz um texto e mandei no grupo de capitães dos clubes da Série A. Antes do campeonato, tivemos uma reunião com a CBF, envolvendo todos. E agora tentei dar esse start. Temos uma força muito grande e, se nos unirmos, podemos fazer algo para ajudar. Vamos buscar essa mesma direção. Eu imaginei que a CBF iria paralisar o campeonato. Como houve a reunião e não houve esse consenso, tentei, a partir disso, falar com os capitães e mudar a rota. Há cidades que ainda estão sendo inundadas agora, como Pelotas. Não há clima”, disse o meia.
Para o atleta, a intenção desse movimento é mostrar que a vida vai além do futebol e que é necessário um esforço conjunto para enfrentar os desafios causados pelas enchentes e pela devastação.
Vista aérea do Estádio Arena do Grêmio (Reprodução/Getty Images Embed/Carlos Fabal/AFP)
Solidariedade e desafios
Apesar da solidariedade expressada por parte dos capitães das equipes da Série A, até o momento não houve uma ação oficial que indicasse a paralisação dos jogos. Nenê ressaltou a importância de uma mobilização maior diante da gravidade da situação, enfatizando a dificuldade em treinar e jogar em meio à crise e a necessidade de ir além do futebol, ajudando a comunidade afetada pelas enchentes e pela destruição: “Por mais que a chuva tenha parado, o nível da água está muito alto, a destruição foi imensa. Então, gostaria de fazer um apelo, unir os clubes e tentar parar. A vida vai além do futebol e não estou com clima algum para jogar e treinar. Apesar de todas as doações do Brasil inteiro, nos sentimos impotentes”, destacou Nenê.
Ações divulgadas
Até o momento, a única ação divulgada foi a suspensão dos jogos dos clubes gaúchos por um prazo de 20 dias, que se encerra em 27 de maio. Segundo reportagem da ESPN, os 20 clubes da Série “/A”/ foram procurados para se posicionar sobre o assunto. Dentre eles, apenas o Fluminense não respondeu.
Dos demais, sete clubes mostraram solidariedade em relação à paralisação do campeonato, enquanto Athletico-PR e Atlético-GO se mostraram contrários. Quatro clubes optaram por não se manifestar, e os demais aguardavam posicionamento dos seus blocos de venda de cota de TV ou um posicionamento oficial da CBF.
Na última terça-feira (07), o São Paulo, juntamente com Flamengo e Palmeiras, divulgou uma nota por meio das redes sociais, oferecendo locais para abrigar os clubes gaúchos enquanto o estado do Rio Grande do Sul não se reestabelece à normalidade. O Flamengo disponibilizou o CT George Helal (Ninho do Urubu), o Palmeiras ofereceu a Academia de Futebol, o Allianz Parque e a Arena Barueri, enquanto o São Paulo disponibilizou o CT de Cotia e o Morumbi. No entanto, até o momento, nada foi definido quanto a essa proposta de ajuda.
Foto Destaque: Nenê capitão do Juventude (Reprodução/Arthur Dallegrave/Instragam/@nene)