Empreendedorismo

Os desafios de Succession: Falhas na representação da dinâmica empresarial

A série trata um drama familiar criada por Jesse Armstrong que estreou em 2018. Ela acompanha a vida da poderosa e disfuncional família Roy. Apesar do sucesso, alguns especialistas apontam erros.

30 Mai 2023 - 20h00 | Atualizado em 30 Mai 2023 - 20h00
Os desafios de Succession: Falhas na representação da dinâmica empresarial Lorena Bueri

Chegou ao fim a série "Sucession" da HBO Max após 4 temporadas, a série que retratou os dramas familiares da família Roy ao disputar o poder do conglomerado da mídia da Waystar Royco. A série foi aclamada pelos críticos e elogiada pelos internautas nas redes sociais. 

Apesar de acertar na trama, retratando a tensão familiar e escalando atores de renome, a produção não foi fiel à realidade quando se fala em governança corporativa, apontam especialistas da Business Insider

 

Anúncio da última temporada de "Sucession". (Foto: Divulgação / Instagram / @sucession).


 
A seguir, listamos alguns erros da série apontados pela revista:
 
Conselho
Em um momento da primeira temporada, o magnata Logan Roy é vítima de uma articulação de seu próprio filho, Kendall Roy, que arma um "voto de desconfiança" dentro do conselho, apesar da movimentação, os membros se mostraram temerosos em relação a Logan, que logo em seguida demite os membros que votaram contra ele e anuncia a derrota do seu filho. 
 
Segundo Kai Liekefett, sócio da Sidley Austin e especialista em questões corporativas, "voto de desconfiança" não é algo que ocorre em salas de diretoria, além disso, o CEO não pode demitir o conselho, e sim o contrário. 
 
Ausência de consultores de investimento
Já na quarta e última temporada, os irmãos Kendall e Roman Roy entram em um acordo com Lukas Matsson e começam uma negociação para definir o preço da Waystar, que inicialmente é de US$ 144 por ação e ao fim do episódio chega a US$192 por ação. 
Anat Alon-Beck, professora de direito da Case Western Reserve University, especializada em direito corporativo, afirma que acordos e ofertas não acontecem com executivos passeando pela noruega.
 
"O conselho, os advogados e os banqueiros estão intimamente envolvidos nas decisões sobre preços, solicitação de ofertas concorrentes e preparação de documentação detalhada sobre propostas de licitação" afirma. 
 
Mudança de poder
Na terceira temporada, os irmãos Roy se unem para impedir que Logan venda a Waystar, os irmãos acreditam que o pai precisaria da maioria dos votos dos acionistas para mudar o controle de propriedade de ações da empresa. Os filhos são enganados pelo pai ao acharem que teriam a maioria dos votos, na ocasião, Logan reabriu o acordo de divórcio que levou ao estatuto em torno da votação. 
 
Christopher Barlow, sócio da Skadden Arps Slate Meagher & Flom, afirma que mudar estatutos não é tão simples assim: "Vimos Logan minar o plano de seus filhos ao reabrir o acordo de divórcio. A realidade da lei corporativa teria visto Logan tentando obter um número suficiente de votos para mudar o padrão de maioria qualificada que os filhos estavam tentando usar para bloquear a transação."
 
Com sua narrativa inteligente, atuações brilhantes e abordagem corajosa dos temas contemporâneos, "Sucession" se estabeleceu como uma das melhores séries da atualidade. Mas como podemos ver, nem tudo que acontece por trás da televisão ocorre na realidade.
 
Foto destaque: Elenco de "Sucession" no Globo de ouro. Reprodução / GettyImages
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