Empreendedorismo

"O Brasil é uma das maiores potências mundiais do sapateado" diz Pedro Paulo Bravo

O sapateado sempre foi popular, principalmente pelos filmes de Hollywood ou dos musicais da Broadway. No Brasil, ele assume uma característica única, unindo talento, ginga e pluralidade.

10 Abr 2023 - 14h35 | Atualizado em 10 Abr 2023 - 14h35
'O Brasil é uma das maiores potências mundiais do sapateado' diz Pedro Paulo Bravo Lorena Bueri

O sapateado americano ( Tap Dance ) sempre foi muito popular, principalmente pelo alcance que teve através dos filmes de Hollywood ou dos musicais da Broadway. No entanto, no Brasil, ele assume uma característica única, unindo talento, ginga e pluralidade.

Mas o que têm na terra do samba que faz com que os pés façam música de forma diferente?

Pedro Paulo Bravo é um dos principais nomes do sapateado nacional e um dos profissionais mais requisitados nos festivais e eventos do país. Sapateador, coreógrafo, produtor e arte educador, em entrevista exclusiva ao R7, responde essa pergunta e fala sobre essa cultura em ascensão:

"Somos uma grande referência nessa modalidade, assim como importantes polos da Europa, Espanha, Japão e obviamente Estados Unidos, onde esta cultura foi desenvolvida na sua essência. Através do intercâmbio que acontece nos festivais, por exemplo, a técnica tem sido apurada e os profissionais cada vez mais buscam conhecimento. Acho que pela variedade de gêneros musicais e artísticos, o brasileiro parece ter uma intimidade maior com esta modalidade. Ao longo dos anos, tive a oportunidade de conhecer lugares e pessoas inimagináveis que estão fazendo o sapateado acontecer em diversos cantos do Brasil, cada um com sua cara, seu jeito, sua filosofia… Tudo ganha ritmo quanto os pés tocam o chão… Nosso país é de fato um convite a fusão cultural, à ginga, ao ritmo, a música, ao samba, ao frevo, ao baião, ao funk, às cantigas de roda, ao popular… Não é a toa que o país é bem visto quando o assunto é tap dance. Pra mim um encontro de uma dança plural com um povo plural!"



Pedro fala com propriedade. Ele acumula uma vasta experiência nos palcos e nos bastidores em meio aos seus 30 anos de idade, sendo considerado uma referência singular. Atualmente dirige um dos principais festivais de sapateado da América Latina, o "Festival Copasetic", que acontece anualmente em São Paulo e promove um grande intercâmbio entre sapateadores e público em geral. O evento, além de oferecer dezenas de aulas, palestras, competições e apresentações com importantes nomes da dança, realiza ainda o "Prêmio Bill Bojangles", considerado hoje a maior premiação de sapateado do país.

Apesar disso tudo, o ensino do sapateado americano é relativamente recente, começando por volta dos anos 40 de forma embrionária e com poucos adeptos. Com início no eixo Rio - São Paulo, aos poucos foi ganhando força e se espalhou por várias regiões. Alguns pioneiros dessa arte como Pat Thibodeaux, Kika Sampaio, Marchina, Stella Antunes, Amália Machado, Flávio Salles, Maurício Silva, Cintia Martin, Valéria Pinheiro, Steven Harper entre outros, alavancaram o setor e abriram portas para a atual geração.

Mas Pedro chama atenção para uma questão histórica/cultural:

"É preciso dar ao tap dance um protagonismo que estava oculto durante muito tempo. Diferente do que a maioria das pessoas pensam, essa cultura não nasceu nos musicais ou nos filmes brancos de Hollywood, estamos falando de uma cultura afro diaspórica! Demorou muito para essa história começar a ser contada por aqui e ter o respeito que ela merece. É uma pauta que não pode ser deixada de lado, e eu e toda minha equipe buscamos cada vez mais estudar e defender essas e outras ações afirmativas.



O artista que, se destacou em programas de TV e musicais como "Cantando na Chuva" "Os produtores" e "Peter Pan" ao lado de Cláudia Raia e Miguel Falabella, tem dedicado a maior parte do seu trabalho como arte educador. Além de ter se certificado como professor pela ATDF nos Estados Unidos, Pedro desenvolveu nos últimos anos sua própria metodologia de ensino do sapateado, onde o foco principal é a codificação de ritmos através de sílabas. A metodologia conhecida como "TAKA" é baseada no Konnakol e nas músicas carnáticas indianas e tem despertado um interesse surpreendente na área, e alcançou resultados impressionantes entre seus adeptos.

"Estamos vivendo novos tempos no sapateado brasileiro, ainda podemos avançar mais, porém, mesmo assim, vivemos um momento de novos estudantes envolvidos, profissionais mais capacitados, mais eventos sendo criados, mais diálogo, novas formas de trabalhar e acima de tudo a percepção do quanto o que fazemos pode transformar vidas. Não falamos mais de dança apenas como uma forma de expressão, falamos de dança como uma área do conhecimento empírico- conceitual, de educação e de formação de seres humanos. "

Além dos seus trabalhos como produtor, bailarino e diretor artístico, Pedro também trabalha atualmente como professor na Company Dance Center, em São Paulo, além de ministrar workshops, palestras e cursos por todo país.

Foto Destaque: Reprodução

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