O Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com a Accenture (empresa multinacional de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing) realizou o seu 12º Estudo de CEOs (Chief Executive Officer), o qual mostra as percepções de mais de 2.600 CEOs de 128 países, 18 indústrias e mais de 130 entrevistas – a maior amostra de executivos, incluindo o maior grupo do Sul Global desde que a pesquisa começou, em 2007.
Sigla Pacto Global. (Foto: Reprodução/ifsuldeminas)
A intenção do estudo era mostrar os atuais desafios enfrentados pelos CEOs que podem afetar a conquista dos objetivos da Agenda 2030, proposta em 2015 aos países membros da ONU e composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), alguns deles são a erradicação da pobreza, assegurar uma vida saudável, igualdade de gênero, energia acessível e limpa, dentre outros. Nesse contexto o setor de empresas privadas tem papel fundamental por ser grande detentor de poder econômico e com possibilidades de promover inovações e tecnologias influenciadoras.
Agenda 2030. (Foto: Reprodução/ Site ppgcs.furg)
Segundo Sanda Ojiambo, assistente do secretário geral da ONU e CEO do Pacto Global a situação não está boa: “Em um mundo marcado por conflitos, quedas de energia, alta inflação e por ameaças de recessão, o estudo deste ano mostra que os CEOs não acreditam mais que o mundo é tão resiliente às crises quanto esperávamos. Os negócios continuam sendo muito impactados diversas vezes”
O estudo deixou claro uma extensa lista de problemas que vão das mudanças climáticas fora de controle ao crescimento da desigualdade social e que as ações promovidas pelas empresas participantes do estudo não tem a ambição e nem o ritmo necessário para atingir as ODS nos próximos 7 anos.
Quase metade dos entrevistados (43%) alegam que seus esforços de sustentabilidade foram dificultados por questões geopolíticas, essa situação é ainda maior em países em desenvolvimento (51%), o mesmo acontece quando se trata do compromisso de redução da emissão de gases do efeito estufa, a Accenture mostra que quase todas as empresas não atingirão as metas propostas para 2030 a não ser que a redução atual seja duplicada.
Felizmente, alguns CEOs se destacam por enxergar nas ODS uma oportunidade de se reinventarem e colocarem a sustentabilidade como um força motriz para as mudanças futuras.
“Novas ondas de investimentos em tecnologia e descobertas inovadoras podem pôr os ODS dentro do alcance novamente. Mas só se os líderes recorrerem a sustentabilidade para criar novos mercados, produtos e serviços que possam corrigir a atual trajetória e guiar o crescimento em tempos de mudanças”, complementa Peter Lacy, Líder Global em Projetos de Sustentabilidade da Accenture.
Quase metade das empresas está migrando para um modelo de negócio circular, cuja base é reparar, reutilizar e reciclar e 40% delas estão aumentando seus investimentos em inovações sustentáveis. O estudo do Pacto Global da ONU deixou claro para os participantes as iniciativas que ainda podem ser tomadas para movimentar os negócios de acordo com os ODS, como proteger a biodiversidade, investir em tecnologias e parcerias com outras empresas, além de continuar cobrando mudanças políticas que priorizem os modelos sustentáveis de negócios, afinal tornar o planeta um lugar melhor é sempre um bom negócio.
Foto Destaque: Sustentabilidade. Reprodução/ Site tissueonline
