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[Crítica] A Pequena Sereia é representativo, mágico e se consagra como um dos melhores live-actions da Disney

Confira nossa crítica do live-action de A Pequena Sereia, novo live-action da Disney, estrelado por Halle Bailey e Jonah Hauer-King. O filme estreia nos cinemas do Brasil no próximo dia 25, quinta-feira.

22 Mai 2023 - 13h45 | Atualizado em 22 Mai 2023 - 13h45
[Crítica] A Pequena Sereia é representativo, mágico  e se consagra como um dos melhores live-actions da Disney  Lorena Bueri

“Mas uma sereia não tem lágrimas e, portanto, ela sofre muito mais” - Hans Christian Andersen. 

O live-action de A Pequena Sereia é grandioso desde sua primeira cena. E já peço desculpas adiantadamente, pois repetirei o adjetivo com frequência nesta crítica, já que não há palavra melhor para descrever a obra. O filme é um dos maiores acertos dos estúdios Disney em anos, e sua combinação fabulosa mistura um ótimo elenco, representatividade, mais detalhes da história e visuais de tirar o fôlego. 

Elenco impecável:

A começar pelo elenco. Halle Bailey é a Ariel perfeita. É loucura dizer que a atriz nasceu para ser sereia? Fato é que Halle se encaixou perfeitamente no papel. Com sua voz impecável, que entregou musicais ainda mais emocionantes que na animação, e seu olhar curioso e destemido, típico da personagem. Todas as características importantes para a essência da Pequena Sereia foram milimetricamente mantidas. É de se sentir tudo que ela sente, através de seus olhos expressivos, como uma janela pra alma da personagem. Com Ariel sentimos angústia, solidão, paixão, ira e o frenesi de uma adolescente descobrindo o mundo além do oceano. 

Príncipe Eric, interpretado por Jonah Hauer-King foi uma surpresa e tanto. Diferente do personagem um tanto apático do desenho, Eric do live-action tem muito mais profundidade, carisma e, com sinceridade, relevância na trama. O príncipe é corajoso, aventureiro e mais sensível que o do clássico. Sua atuação é impactante e convincente, além do personagem ter mais tempo de tela e uma canção própria, que diga-se de passagem, é fenomenal. Portanto, Eric é uma melhor versão no filme, sendo muito mais necessário e brilhante na trama, marcando um ótimo trabalho de Hauer-King.

Outro ponto alto, em questões de atuação, é a amedrontadora e divertida Úrsula, interpretada por Melissa McCarthy. A vilã clássica ganha mais consistência no longa. Conhecemos melhor suas motivações e rancores, com seu tempo de tela também expandido e canções extras. Sua fúria causa medo e é gigantesca, tendo umas das cenas mais marcantes do filme. O humor ácido da Bruxa dos Mares é conservado e necessário para a diversão dos espectadores. A cena em que transforma Ariel em humana é sombria e impactante. Melissa foi um grande acerto para o desenvolvimento crescente de Úrsula como uma vilã poderosa e impiedosa. 



Cores vivas e visuais belíssimos: 

Com as fotos e trailers divulgados, a falta de vivacidade nas cenas do filme geraram incômodo e até mesmo desânimo no público, mas a boa notícia é que tudo é perfeitamente equilibrado no longa. A impressão de opacidade e falta de saturação se desfaz por completo ao assistir ao filme. O oceano, suas sereias, animais e vegetações tem tons lindos e lúdicos, e em um primeiro momento, contrastam majestosamente com as nuances cinzentas da tripulação de Eric enfrentando a furiosa tempestade que ocasionou o naufrágio do navio. E em falar na tempestade, a ira das águas do mar e da chuva, somada com a atuação de Halle e Jonah é grandiosa. A adrenalina nos faz esquecer que já sabemos o desfecho de tal ato, somos submersos na imensidão do cinema naquela cena e a majestade dos efeitos visuais da Disney. Os fogos de artifício, o fogo, a tempestade e o mar revolto nos envolvem da forma mais mágica que apenas a sétima arte é capaz de proporcionar. 



Após o naufrágio e quando Ariel é transformada em humana, o continente toma outra coloração. Os dias cinzas dão lugar às cores intensas da feira nos arredores do castelo, contribuindo para o clima alegre e tropical (já falaremos disso!) do ambiente. Outras cenas que destacam a qualidade visual do longa são a da clássica canção de Sebastião, “Under the Sea”, em que destaca-se a exuberância do oceano, e uma das mais românticas da obra, a serenata da natureza para Ariel e Eric em um pequeno lago. A noite contrasta com os tons de pele do casal, somados com os vagalumes brilhantes e peixes neons iluminando as águas. É encantador. Tudo é colorido na medida certa para manter o lado lúdico e mágico do clássico. 

Obra mais musical: 

O live-action também é mais musical que a animação. E, para evitar interpretações negativas, algumas letras foram sutilmente atualizadas para uma linguagem mais adequada à época atual, como “Kiss the Girl” e “Poor Unfortunate Souls”. Além disso, Eric, como dito acima, ganhou uma canção própria, algo que faz certa falta no desenho, assim como Úrsula, em que explica melhor sua origem. De fato, um filme mais musical contribuiu para o bom desenvolvimento da trama, sem se alongar desnecessariamente.


Assista ao visualizer oficial de "Part of Your World" (Reprodução/YouTube)


 Muita representatividade: 

Um dos argumentos racistas utilizados para dizer que Halle Bailey não se encaixava como Ariel, era o fato de a história, no conto e no desenho, se passar na Dinamarca, terra natal do escritor Hans Christian Andersen, porém, é um argumento falho. No live-action, diferente da animação, que não tem absolutamente nenhum personagem negro ou asiático, a representatividade é um fator de suma importância e relevância. Além da protagonista primorosamente interpretada por uma atriz negra, não para por aí. As irmãs de Ariel também são de diferentes etnias, por exemplo, Mala tem descendência do extremo oriente, enquanto Indira é indiana. A representatividade na realeza também se segue por rainha Selina, mãe de Eric, que é interpretada por Noma Dumezweni, uma mulher negra. 

O povo nativo do vilarejo do reino também é majoritariamente constituído por atores negros. O clima festivo e diversificado das pessoas remete muito mais ao povo caribenho e lativo, deixando para trás a importância de se retratar um povo branco como o dinamarquês, pois, isso sim, não faz diferença no desenrolar dos fatos. Sair de uma animação com zero personagens negros e de outras etnias, para um live-action em que grande parte do elenco é negro e asiático, é uma vitória e um avanço tremendos! 


Ariel e suas seis irmãs (Foto: Divulgação/Disney Pictures)


Mais tempo de duração: 

Quando o tempo total de duas horas do live-action foi revelado, a dúvida se era realmente necessário pairou sob o público e, o filme responde por A+B que SIM. As duas horas de duração são necessárias para um desenvolvimento muito mais detalhado não só da trama em geral, mas dos personagens. Como dito acima, Eric necessitava de mais tempo na tela para abandonar a ligeira apatia da animação e se tornar um príncipe digno da paixão de Ariel. As cenas do casal são mais tranquilas, frequentes e ternas, como o tesouro que é a que eles estão juntos na biblioteca do castelo ou a que eles vão passear na vila. Úrsula também se destaca com maior aproveitamento, além de apresentar um Tritão mais sentimental e uma despedida pra lá de bonita. A riqueza de detalhes vence nas 2h, em detrimento dos fatos corridos do clássico. 


Assista ao trailer oficial dublado de A Pequena Sereia. (Reprodução/YouTube)


Seria audácia minha dizer que A Pequena Sereia de 2023 bate de frente com a animação de 1989? Não sei. Fato é que a Disney teve um tremendo e grandioso acerto com o live-action, que manteve a essência dos personagens e remasterizou a trama para a atualidade, abusando do que o cinema tem de melhor, a magia. De certo, um dos melhores live-actions dos estúdios Disney, que superou o peso da comparação com um dos mais clássicos desenhos da história da terra do Mickey. 

Nota: 10/10


Foto: Pôster de Ariel. Divulgação/ WDSMP/ Disney Pictures

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