Fernanda Torres faz apelo a Ricardo Nunes contra despejo de teatro em SP
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Faltando poucas horas para o encerramento do prazo de desocupação imposto pela Prefeitura de São Paulo, as atrizes Fernanda Torres e sua mãe, Fernanda Montenegro, protagonizam um forte apelo ao prefeito Ricardo Nunes para evitar o despejo do Teatro de Contêiner Mungunzá — localizado no centro, na região da Luz. A atriz tornou público um ofício endereçado ao gestor municipal, no qual reforça a importância de manter o equipamento cultural em funcionamento no endereço atual .
Documento de Fernanda
No documento, Fernanda Torres expressa total compreensão em relação às políticas de revitalização da região, mas alerta que a remoção do teatro significaria o desmantelamento de um trabalho consolidado ao longo de quase dez anos — com forte vínculo junto à população em situação de vulnerabilidade. O espaço, ela ressalta, funciona como um “teatro de praça, aberto ao público”, e as alternativas oferecidas pela prefeitura não replicam as características fundamentais do trabalho original.
Abuso de autoridade
O contexto político e institucional é tenso. Na última terça-feira, 19 de agosto, a Guarda Civil Metropolitana atuou com spray de pimenta e força física contra artistas que resistiram ao despejo, episódio que repercutiu negativamente e motivou o Ministério Público de São Paulo a instaurar um inquérito para apurar abuso de autoridade e possível improbidade administrativa por parte das autoridades municipais.
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Vídeo de um protesto do teatro de contêiner (Video; reprodução/Instagram/@teatrodeconteiner)
Além disso, o apelo de Fernanda Torres soma-se à mobilização do Ministério da Cultura, que já manifestou apoio à causa. Artistas, instituições culturais e órgãos federais se uniram no pleito para que Ricardo Nunes reconsidere a decisão e garanta a permanência do teatro no local.
Por outro lado, a Prefeitura argumenta que o terreno será incorporado a um projeto habitacional desenvolvido em parceria com a COHAB e a CDHU — apontando, ainda, que o grupo teatral chegou a receber três propostas de realocação, sendo uma delas com área três vezes maior que o espaço atual. A administração municipal também destaca que já foram investidos mais de R$ 2,5 milhões no teatro por meio de editais culturais e incentivos públicos .
Com o prazo de desocupação terminando às 23h59 de quinta-feira, 21 de agosto de 2025, cresce a expectativa quanto ao desfecho dessa mobilização cultural. O desfecho próximo pressiona o prefeito Ricardo Nunes a revisar sua postura diante do clamor artístico e social que se avoluma nos bastidores da cidade.