Grávida de 7 meses, top model e maratonista amadora Babi Beluco encara a Maratona do Rio em edição histórica com maioria feminina
Estilo, resistência e superação dividiram o mesmo percurso na 23ª edição da Maratona do Rio. A top model e maratonista amadora Babi Beluco, grávida de sete meses, marcou presença na prova e encarou os 5 km com barriga

A edição de 2025 entra para a história: pela primeira vez, as mulheres foram maioria entre os inscritos — 52% dos 60 mil participantes. Em distâncias como 5 km, 10 km e 21 km, a presença feminina dominou, sinalizando uma virada no cenário das corridas de rua no Brasil. E Babi é um dos rostos que simboliza essa transformação.
Pioneira no estilo sportfashion e referência em bem-estar, Babi já correu mais de seis maratonas, incluindo majors como Londres, Tóquio e Berlim. A relação com a corrida se fortaleceu ainda mais após um grave acidente em 2017, que exigiu uma longa recuperação e fez do esporte uma ferramenta de recomeço.
Agora, a atleta encara o desafio com um novo olhar: o da maternidade ativa. Mesmo com as adaptações necessárias da gestação, ela seguiu firme no propósito de se movimentar — com equilíbrio, consciência e uma nova motivação.
Babi Beluco (Foto: reprodução/Divulgação)
“A preparação foi a mais diferente de toda a vida. Era, na verdade, treinar o mais eficiente, porém o menos possível, já que a barriga começou a pesar e já está pesando na pélvis”, conta Babi.
“Eu geralmente me preparo para provas longas, e por estar preparada, as curtas saem fácil. Dessa vez, a curta parecia longa. Já faz um mês que reduzi de quatro para duas vezes a corrida na semana. Foi diferente, deu até um frio na barriga por estar me sentindo destreinada, mas foi muito gostoso — e eu saí na maior endorfina do mundo! Parecia a primeira prova. Na verdade, foi a primeira prova da Maratona do Rio do Tom na minha barriga.”
E a performance surpreendeu: Babi completou os 5 km em 28 minutos e 37 segundos, com uma colocação de destaque entre as mulheres: 623ª posição no geral feminino, 124ª na sua categoria e entre os top 1.800 no total geral, em um universo de dezenas de milhares de corredores. Um resultado admirável, especialmente considerando os ajustes da gravidez.
“Sigo correndo, mas agora com outro ritmo e muito mais conexão. O esporte segue sendo minha terapia, só que com novos limites e uma motivação ainda maior. Cuidar do meu corpo é cuidar da minha filha também”, afirma a modelo, que é embaixadora da Adidas.
Ela ressalta a importância do movimento durante a gravidez como ferramenta de saúde e inspiração.
“Eu sinto que, mesmo me mexendo, fazendo, mesmo sem provas longas, só correndo, fazendo musculação, tendo uma vida ativa, estou motivando muitas grávidas a não pararem. Porque, realmente, se tem uma coisa que faz mal é ficar parada na gravidez — a não ser por recomendação médica, claro. Mas, se estiver tudo bem, é fundamental se mexer. É mais saúde pra mãe, mais saúde pro bebê. Então, eu acho que estou, sim, motivando muitas gravidinhas a manterem o movimento.”
Cruzando os cartões-postais mais icônicos do Rio ao lado de milhares de corredores, Babi representou uma geração de mulheres que vive a gravidez sem abrir mão do bem-estar e da própria identidade. Com dois corações batendo no mesmo ritmo, ela prova que o esporte pode — e deve — caminhar lado a lado com a maternidade.