Na manhã desta terça-feira (13), Virginia Fonseca compareceu ao Senado para depor e prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, e a transmissão ao vivo no YouTube chegou a bater mais de 110 mil pessoas simultâneas.
A CPI das bets como objetivo analisar como o crescimento das plataformas de apostas pode estar afetando a saúde financeira das famílias brasileiras. Além disso, os parlamentares apuram possíveis ligações dessas empresas com práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro e envolvimento com organizações criminosas. A CPI também discute a existência de conflitos éticos no setor e a necessidade de criar regras mais rígidas para garantir maior transparência e segurança nesse mercado.
Senadora destaca impacto da influenciadora no setor de apostas
Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram e um contrato milionário com casa de apostas, a influenciadora Virgínia Fonseca foi convocada a depor pela senadora Soraya Thronicke. A parlamentar destacou a relevância da criadora de conteúdo na promoção e no fortalecimento da presença dessas empresas no mercado. “Virgínia tem uma atuação de destaque na divulgação de produtos e serviços, inclusive em campanhas relacionadas a jogos de azar e apostas virtuais”, afirmou a senadora no requerimento.
A convocação de Virgínia Fonseca, feita em novembro de 2024, ganhou ainda mais destaque em janeiro deste ano, após a Revista Piauí revelar detalhes sobre o contrato da influenciadora com a empresa Esportes da Sorte. Segundo a publicação, Virgínia teria recebido um adiantamento de R$ 50 milhões em 2022, além de uma comissão de 30% sobre as perdas dos apostadores que acessassem a plataforma por meio de seu link de indicação. Ou seja, sempre que alguém influenciado por ela utilizasse o link para apostar e perdesse, parte do lucro da empresa — equivalente a 30% — seria repassada à influenciadora. A prática ficou conhecida como "cachê da desgraça alheia".
Depoimento de Virgínia à CPI das bets (Vídeo:reprodução/YouTube/TV Senado)
Influenciadora se defende na comissão
Durante seu depoimento como testemunha na CPI das Bets, Virgínia Fonseca afirmou que sempre se esforçou para atuar dentro da legalidade e que, em suas publicações, costuma alertar os seguidores sobre os riscos das apostas. Ela ressaltou que deixa claro que se trata de um jogo, com possibilidades tanto de ganho quanto de perda. Além disso, afirmou que informa que menores de 18 anos são proibidos de acessar as plataformas e que pessoas com vícios não devem participar, sempre reforçando a importância de jogar de forma responsável.
A influenciadora também negou a existência da chamada "cláusula da desgraça" em seus contratos e esclareceu que esse valor nunca foi alcançado. "Nunca recebi nem um centavo além do que estava estipulado no contrato de publicidade, que tinha duração de 18 meses. Era um valor fixo. Caso eu aumentasse o lucro, teria direito a 30% a mais da empresa, mas isso nunca aconteceu", afirmou Virgínia. Ela também explicou que não utiliza suas próprias contas de apostas para criar seus conteúdos publicitários. Atualmente, ela mantém contrato com a empresa Blaze, mas já encerrou sua parceria com a Esportes da Sorte.
Foto destaque: Virgínia em foto na sua rede social (reprodução/Instagram/@virginia)