Viola Davis é detentora de um Oscar, um Emmy e dois Tonys, ela é a única atriz negra a alcançar o que é conhecido como a “tríplice coroa da atuação”. Agora, com o lançamento mais recente de ‘A Mulher Rei’, um épico histórico de 1800 repleto de ação sobre um grupo de mulheres guerreiras que protegem o reino africano de Dahomey, Viola sente que atingiu um pico particular: ela disse ao Guardian que vê o filme como “o ponto culminante da minha carreira nos últimos 33 anos”.
Mas mesmo com o sucesso geral do novo filme, foi difícil trazê-lo para as telas dos cinemas. O filme foi produzido pela JuVee Productions, a empresa da própria Viola Davis, depois de sete anos tentando convencer Hollywood de que essa era uma história que valia a pena ser contada.
“Eu chamo isso de A Luta. É uma luta encontrar parceiros que tenham a mesma visão que você, que sejam capazes de dar sinal verde. E então a outra luta, se for um elenco predominantemente feminino negro, é que porque não lideramos as bilheterias globais, não há precedentes de que funcionará e devolverá o dinheiro para as pessoas que investem nele… O resultado final é dinheiro. Não se trata de impacto cultural, trata-se de dinheiro.” A atriz explicou em sua nova entrevista exclusiva para o site britânico The Guardian.
‘I can change the way Black women are seen’: Viola Davis on stereotypes, success and playing a warrior https://t.co/xzkqlAuTWG
— Guardian G2 (@guardiang2) October 10, 2022
Viola Davis. (Foto: Reprodução/Twitter)
A estrela, que frequentou o conservatório de artes cênicas de Nova York, Julliard, entre 1989-1993, disse que sentiu que "entrou com uma paleta errada" na instituição, mas também credita à escola sua primeira viagem à África nos anos 90.
“Eu era muito grande, eu era muito preta. Minha voz era muito profunda.”
Viola ainda descreveu Julliard como uma instituição “eurocêntrica” – um lugar onde ela não conseguia se encaixar, por mais que tentasse.
A atriz de 57 anos, cuja criação foi marcada pela pobreza, racismo, abuso sexual, violência doméstica e alcoolismo, disse que agora tem o “poder” de mudar a forma como as mulheres negras são vistas na indústria cinematográfica.
A Mulher Rei, filme estrelado por Viola Davis (Vídeo: Reprodução/Instagram)
“O que está ao meu alcance para mudar é mostrar às pessoas que somos mais do que a marca que as pessoas colocaram em mulheres de pele escura”, disse ela durante a entrevista. “Que somos sexuais, que somos desejáveis, que podemos ser inteligentes, que somos muito mais expansivos e nossa identidade não é determinada pelo seu olhar. Eu posso mudar isso. Eu posso mudar a forma como as mulheres negras são vistas, até certo ponto, dentro da indústria.”
A Mulher Rei, filme baseado em história real de guerreiras africanas e que conta com um elenco majoritariamente negro, está disponível nos cinemas desde 22 de setembro.
Foto Destaque: Viola Davis. Reprodução/Twitter.