Em 1991, a apresentadora Xuxa Meneghel viveu um período intenso em sua carreira após ser alvo de uma tentativa de sequestro enquanto gravava seu programa "Xou da Xuxa"(TVGLOBO) no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro. No plano, os dois criminosos pretendiam também manter em refém a paquita Leticia Spiller, conhecida como Pituxa Pastel, e que na época tinha apenas 17 anos. Mas todo o esquema foi frustrado após a polícia estranhar a presença de um carro no endereço.
Xuxa, Letícia Spiller (de vermelho à direita) e outras paquitas durante gravação de programa. (Foto: reprodução/Marcos André Pinto/O GLOBO)
Sobre o caso
Tudo começou no dia 7 de agosto de 1991, quando o policiamento do local suspeitou de um Chevette que se encontrava estacionado irregularmente na Avenida Lineu de Paula Marchado, próximo ao local em que estavam sendo gravados a programação infantil "Xou da Xuxa"(TVGLOBO). Ao serem abordados, os dois tripulantes do veículo dispararam tiros contra as autoridades, ferindo um dos policiais, enquanto outro acabou morrendo na hora ao ser atingido no peito.
Promovendo uma cena de filme de ação, os criminosos tentaram fugir do local, mas foram perseguidos por seguranças em um carro-forte. Os dois veículos trocaram intensos tiros, quando os fugitivos acabaram provocando um acidente após pegarem a contramão e entrarem em conflito com outro carro, na Rua Maria Angélica.
Identidade dos suspeitos e arquitetação do plano
Após a batida, os policias encontraram no carro dos irmãos Douglas Loricchio, já morto com um tiro na cabeça, e Alberto Loricchio que estava gravemente ferido, com fraturas no pescoço, tórax e pulsos, provocadas por ele mesmo em uma tentativa de suicídio, como foi informado pelos agentes na época. Foi descoberto que os dois eram estudantes e técnicos em eletrônica e eram descritos por pessoa próximas como "gênios" no que faziam. Durante o socorro de Alberto, foi também descoberto que ambos eram apaixonados pelas artistas e que o plano era libertar a Rainha dos Baixinhos e Spiller de uma possível "exploração sexual" em que elas eram mantidas, segundo suposições do suspeito, que dias após o ocorrido acabou morrendo no hospital do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe).
RG de Alberto Loricchio (Foto: Reprodução/O GLOBO)
Na época também foi informado que os dois já planejavam o rapto há cerca de cinco meses. Os irmãos se alocaram na cidade informando à família que estariam indo em busca de emprego, ainda segundo reportagem do Jornal do Brasil, os familiares não suspeitaram da intenção dos rapazes, bem como também não acreditavam que eles teriam planejado um crime contra as celebridades.
Armamento forte
Ao revistar o carro, a polícia encontrou uma série de armamentos pesados, além de um mapa que indicava todo o trajeto em que os dois percorreriam, apontado para o Teatro Fênix. Entre os equipamentos apreendidos estavam seis escopetas, duas estariam embutidas no painel enquanto as outras na parte de trás do veículo, todas podiam ser acionadas por um botão. Junto também havia revólveres, granadas de mão e bombas com alto poder de destruição, segundo especialistas eles poderiam causar destruição em um raio de oito metros.
Chevette dos irmãos Loricchio, com armamentos instalados na traseira (Foto: reprodução/Marcelo Carnaval/ O GLOBO)
Reação de Xuxa e Letícia ao saberem do ocorrido
A apresentadora e sua assistente de palco, que seriam alvos do sequestro, só foram informadas do ocorrido horas depois, isso porque a empresária Marlene Mattos impediu que o fato chegasse aos ouvidos das duas, o que para ela possivelmente estragaria o clima das gravações.
Xuxa após tentativa de sequestro (Foto: reprodução/Marco Antonio Teixeira/O GLOBO)
Já Leticia, ao saber do ato, o chamou de "fanatismo", apontando que as pessoas estavam fora de si. Por ser um assunto delicado, a atriz passou a não fazer novas declarações sobre o mesmo, mas disse que serviu de alerta. Todo o inquérito foi arquivado no mesmo ano por não haver mais suspeitos do crime.
Foto Destaque: Xuxa e Leticia Spiller em "Xou da Xuxa". Reprodução/TV Globo/Uol