A Corte de Apelação de Milão confirmou nesta quinta-feira (10), a condenação do jogador Robinho e de seu amigo Ricardo Falco pelo crime de violência sexual de grupo contra uma mulher albanesa, em 2013. O tribunal, a segunda instância da Justiça italiana, também referendou a pena de nove anos de prisão. Ele não compareceu ao julgamento, assim como foi na primeira instância.
Após a decisão, os advogados de Robinho e Falco declararam que vão recorrer à Corte de Cassação, tribunal no sistema judiciário do país equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil. Só após o processo tramitar nessa terceira instância, um acusado por ser considerado culpado por algum crime.
Jogador se encontra no Brasil e irá recorrer após a recente condenação.(Foto:Reprodução/Instagram)
A decisão da Corte de Apelação deve sair em 90 dias, e deve conter as devidas motivações e a confirmação da sentença da primeira instância. Só a partir desse documento, que as defesas poderão recorrer à Corte de Cassação.
Na sessão desta quinta, a Corte de Apelação rejeitou o recurso apresentado pelos advogados dos acusados. A decisão foi tomada por um colegiado composto por três juízas, Francesas Vitale, que presidiu o julgamento, Paola Di Lorenzo e Chiara Nobili.
Com a condenação de Robinho na segunda instância, o tribunal pode solicitar a sua detenção antes mesmo do julgamento definitivo, na Corte de Cassação. Mas, como o jogador reside no Brasil e o país não extradita seus cidadãos, o judiciário italiano teria que emitir um mandado internacional de prisão para ser encaminhado ao Estado Brasileiro. Uma outra possiblidade, é o mandado ser cumprido quando o jogador em algum momento ir para outro país europeu.
Robinho é condenado por violência sexual em grupo.(Foto:Reprodução/Instagram)
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Robinho e Falco são acusados em duas instâncias por abusar sexualmente de uma mulher albanesa na boate Sio Café, em Milão, em janeiro de 2013. Na época, Robinho era um dos principais jogadores do Milan.
A condenação dos dois foi baseada no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para um ato de violência sexual, forçando a vítima a ter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”. No entanto, a defesa de Robinho alegou no julgamento que houve consenso da mulher no ato. Em depoimento em 2014, o jogador assumiu que houve sexo oral, mas com permissão da vítima e sem a participação de outras pessoas.
Conforme o depoimento da mulher e das interceptações que foram realizadas ao longo dessa investigação, ela, hoje com 30 anos, disse que estava “completamente bêbada” quando foi dominada e submetida a relações sexuais sem o seu consentimento, não só com o jogador, mas também com seus amigos.
(Foto destaque: Robinho.Reprodução/SantosTV)