Reynaldo Gianecchini decidiu colocar um fim na chuva de críticas que tem recebido nos últimos meses. Nesta quarta-feira (3), o ator, de 51 anos, desabafou sobre os comentários negativos diante da sua performance no musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”. O debate principal à tona é que, diferentemente da personagem principal, ele não é uma drag queen na vida real.
Desabafo
Em vídeo publicado no Instagram, Reynaldo Gianecchini reflete sobre a boa recepção do público com a série “Bom Dia, Verônica”, na qual interpretou Matias Cordeiro. “Fiz um abusador, um cara terrível. A série foi muito bem recebida, levantou várias questões importantes, e recebi muitos comentários positivos sobre meu trabalho e a série”, disse.
No entanto, nem todos gostaram do mais novo desempenho de Gianecchini, que está em cartaz no teatro. “Agora, no meu trabalho recente, estou fazendo uma drag queen. Claro, tem gente que adora, fica maravilhado e curte. Mas estou recebendo um monte de comentários, muito negativos, de pessoas que misturam o meu personagem com a vida pessoal”, avaliou.
Reynaldo Gianecchini em "Priscilla, a Rainha do Deserto" (Vídeo: reprodução/Instagram/@teatrobradesco)
Para conter as críticas, o artista destacou a diferença entre ele e os seus papeis na atuação. “Para quem confunde meu trabalho, meus personagens, com minha vida pessoal, eu digo: eu sou um ator. Eu realmente não ganho a vida fazendo drag queen, mas, se essa fosse minha escolha, eu ficaria muito feliz. São pessoas e artistas que eu admiro”, afirmou.
Outro lado
Assim que Reynaldo Gianecchini foi anunciado como parte do elenco de “Priscilla, a Rainha do Deserto”, com o papel da drag queen Mitzi Mitosis, muitos internautas, em parte da comunidade LGBTQIAP+, não curtiram tanto a escolha. Segundo a lógica, um dos motivos seria a falta de espaço de pessoas queers em papeis de grande peso, mesmo quando o tema tem ligação com a comunidade.
No meio artístico, o ator também recebeu alguns comentários. A performer Sara, da dupla com Nina, concedeu uma fala de opinião à Folha de S.Paulo: “Vem crescendo esse interesse em contar as histórias de pessoas trans, drags, travestis. Mas em vez de chamar essas pessoas para narrar suas histórias, chamam pessoas como Reynaldo Gianecchini, que pouco se comprometem, pouco se posicionam”.
A peça, inspirada no filme de 1994, traz a trama de duas drag queens e uma mulher transsexual que embarcam no ónibus "Priscilla" para chegar a um espetáculo, que acontece no meio do deserto. As sessões acontecem de quinta à domingo, no Teatro Bradesco, em São Paulo.
Foto Destaque: Reynaldo Gianecchini como Mitzi Mitosis (Reprodução/Instagram/@reynaldogianecchini)