Dois anos depois de encerrar o contrato de 20 anos com a Globo, o ator Reynaldo Gianecchini procura projetos diferentes dos que participou na emissora. Para ele, o importante agora é o que pode comunicar com o trabalho, e não só ter retorno financeiro.
Atualmente, o novo desafio do artista é interpretar um personagem gay conservador na peça “A Herança”. Gianecchini dá vida a Henry, um homem que sofreu com o surto de HIV nas décadas de 1980 e 1990.
“Meu personagem carrega muita dor. Foi um cara que viveu nos anos 1980 e viu muitos amigos morrendo de aids. Tinha um medo. Acho que eu não sabia ao fundo sobre essa dor. Pesquisei muito. Fiquei muito abalado ao saber sobre o descaso do governo. Morreu muita gente. E esse descaso já era a homofobia. Eles chamavam a aids de 'o câncer gay’”, afirmou para a revista Quem.
Reynaldo Gianecchini divulga "A Herança" (Reprodução/Instagram)
Na mesma entrevista, o artista falou sobre os novos horizontes que busca na carreira, para além das novelas que fez na carreira na Globo. Além disso, o ator ainda falou sobre a imagem de galã que foi criada ao longo da trajetória profissional na televisão.
“Sempre tive esse posicionamento de não basear a minha carreira nas expectativas dos outros. Queria construir uma carreira em uma base sólida e não só na fantasia que exerço nas pessoas do 'homem bonito e galã'. Eu na minha vida nem me acho galã, mas acho que os personagens príncipes que fiz criaram essa imagem, que nunca me incomodou”, contou.
“A Herança” é uma adaptação da peça norte-americana de Matthew López. Com cerca de 6 horas, ela será dividida em 2 partes com estreias em datas diferentes: a primeira, em 9 de março; a segunda, no dia 24 do mesmo mês. O espetáculo está em cartaz no Teatro Vivo, em São Paulo.
Foto destaque: Reynaldo Gianecchini - Reprodução/Instagram