Johnny Depp e Amber Heard se conheceram enquanto gravavam o filme "O Diário de um Jornalista Bêbado", de 2011. Depp, que era casado na época, separou-se da esposa (com quem tem dois filhos) um ano depois e, só após o término do casamento, veio a público que estava se relacionando com Amber. Em 2015, casaram-se e, 15 meses depois, anunciaram publicamente o divórcio — depois de acusações de Heard de violência doméstica, que lhe concedeu uma medida cautelar contra Depp.
Johnny Depp e Amber Heard. (Foto: Reprodução/ Evelyn Hockstein e Jim Lo Scalzo/AFP)
Batalha Judicial
Alguns anos depois da separação do casal, em 2018, a atriz escreveu um artigo que foi publicado no jornal The Washington Post, onde, mesmo sem citar Johnny Depp, declarou-se ser “uma sobrevivente de violência doméstica”.
No texto, Amber, que também é embaixadora dos direitos das mulheres na American Civil Liberties Union, contou que já havia sido agredida e abusada sexualmente na faculdade e declarou que sofreu da mesma violência, física e sexual, durante seu casamento - devido ao uso abusivo de álcool e drogas pelo seu parceiro. A atriz também discursou sobre como, não só a indústria cinematográfica, mas também a sociedade em geral (falocêntrica), “protege” os homens nestas situações, e transformam as mulheres, de vítimas a culpadas.
O impacto do artigo foi imenso, impulsionado pelas redes sociais, e repercutiu na carreira e na imagem pública de Depp, que então, em 2019, abriu um processo de calúnia e difamação contra Heard. A batalha judicial, que se arrastou por anos, levou os astros de Hollywood ao tribunal do júri em um julgamento que só se encerrou em junho de 2022 — com ganho de causa para Johnny Depp que, de US$ 15 milhões aceitou receber US$ 1 milhão, e declarou que iria doar o valor a cinco entidades beneficentes.
Amber Heard e Johnny Depp. (Foto: Reprodução/Instagram/ @amberheard/@johnnydepp)
Depp v. Heard
A produção da Netflix (que conseguiu os direitos logo após o encerramento processo), com data de estreia marcada para 16 de agosto próximo, baseia-se em mais de 200 horas de cobertura da mídia sobre o julgamento — que durou seis semanas, com 13 horas de deliberações, e foi transmitido ao vivo pela imprensa internacional.
A minissérie, em forma de documentário, com direção de Emma Cooper (produtora de O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas; O Desaparecimento de Madeleine McCann e Bikram: Yogi, Guru, Predador), será dividida em três partes: o poder da opinião pública sobre os fatos; o envolvimento das redes sociais no processo; e o lado de cada um no julgamento, os depoimentos de Depp e Amber — que, provavelmente, contará com os fatos e situações bizarras relatados por ambos: excrementos na cama do casal; flatulências no tribunal durante o julgamento; a marca de cosméticos contradizendo Amber; mensagens de texto de Depp falando sobre afogar e queimar Amber; até a avaliação psicológica que teria diagnosticado transtornos mentais da atriz.
Foto Destaque: Amber Heard e Johnny Depp no cartaz de divulgação da minissérie documental "Depp v. Heard". Reprodução/Netflix/ Divulgação.