A apresentadora e ativista de causas animais, Luisa Mell, de 45 anos, revelou em entrevista ao portal de notícias F5, publicada neste domingo (19), sobre como tem sido a rotina de resgates de animais nas cidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Luísa começou a entrevista revelando as cenas fortes que se deparou quando chegou nos locais. “Nunca tinha me deparado com tantos animais mortos”, disse pensando ainda sobre quantos outros animais irão morrer por não serem resgatados.
Luisa Mell realizando resgates em Canoas, no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Instagram/@luisamell)
Segundo Luisa, para que a ação fosse realizada da melhor maneira correta, era necessário se ter uma rotina. “Acordamos cedo, tomamos café, possivelmente a única refeição do dia, vamos para a água”, começou explicando. “A nossa equipe entrava no barco, passava o dia todo nele resgatando bichos, voltava, deixava nos abrigos com a equipe de apoio e retornava para água”, disse. Mell ainda contou que a duração dos resgates era feita até às 18h30.
A influenciadora também contou que houve momentos bastante críticos, como quando precisou resgatar uma égua. Segundo a ativista, essa ação durou aproximadamente sete horas e houve uma equipe grande envolvida no resgate.
A apresentadora explicou que cerca de 50 animais foram resgatados. Algumas dessas ações foram feitas com os tutores dos animais e outros sem, mas ainda, sim, com muitas dificuldades. ”Tem lugares onde voluntários não conseguem entrar, pois há facções criminosas dominando. E, nessas áreas, temos centenas de animais morrendo”, disse.
Na luta pela causa animal há 22 anos, Mell revela que ficou muito emocionada com a força e visibilidade que seu trabalho ganhou. ”Quando comecei a fazer resgates, eu era ridicularizada, as pessoas riam porque toda hora eu chorava com o que via. Hoje, muita gente aplaude”.
Inabilitada no momento
Luisa Mell faz publicação sobre as costelas fraturadas após resgatar um cachorro (Foto: reprodução/Instagram/@luisamell)
Luisa Mell precisou se afastar das atividades de resgate, após sofrer a fratura de duas costelas. A ativista contou que começou a sentir muita dor após se pendurar em uma varanda e um muro para salvar um cachorro.
Devido às fortes dores, Mell precisou retornar para São Paulo e passar com um especialista. Ela já recebeu alta e segue se cuidando em casa.
Evento será realizado para adoção de animais resgatados
Com tantos animais salvos, a equipe de Luisa, juntamente a ela, pretende realizar um evento para adoção desses animais.
Num primeiro momento, segundo Mell, serão selecionados alguns animais e levados para o shopping Iguatemi em Florianópolis, onde estarão disponíveis no dia 25 deste mês. As próximas feiras de adoção estão programadas para serem realizadas em São Paulo e Minas Gerais.
A feira tem o objetivo de dar aos animais resgatados um novo lar, porém existe uma política onde, em caso do dono aparecer em até dois meses, o animal será devolvido.
Foto destaque: à esquerda e à direita, Luisa Mell; ao centro, cavalo sendo resgatado (Reprodução/Instagram/@luisamell/Montagem por André Pontes