A atriz Klara Castanho obteve uma vitória significativa em seu processo judicial com Antonia Fontenelle na tarde desta sexta-feira (23). A influenciadora foi condenada a pagar R$ 50 mil à Klara como indenização pela exposição pública indesejada do abuso sexual que culminou na gravidez.
Carta aberta de Klara Castanho sobre o abuso sofrido e sua gestação. Foto: Reprodução/Instagram/@klarafgcastanho
A bolsonarista, que já concorria à vaga de deputada federal pelo Rio de Janeiro, foi acusada de violar a privacidade de Klara ao revelar publicamente a violência sexual sofrida pela atriz e depois entregar o filho para adoção. A decisão foi proferida pela juíza Flávia Viveiro de Castro, da 2ª Vara Cível da Barra, zona oeste do Rio de Janeiro, mas ainda cabe recurso.
Durante o julgamento, Klara se emocionou ao assistir trechos da transmissão ao vivo em que Fontenelle a crítica por dar à luz um recém-nascido, fruto de violência sexual, para adoção. A influencer ainda acusou a atriz de "abandonar os incapazes". A sentença foi proferida com base na subsistência, violação dos princípios da dignidade humana e falta de solidariedade do arguido.
O processo criminal está em curso
Além do pedido de indenização por danos morais contra Fontenelle, Klara Castanho também ajuizou ação penal contra Leo Dias e Adriana Kappaz, conhecida como Dri Paz, por calúnia, difamação e lesão corporal. As acusações são baseadas em revelações da atriz em reportagens publicadas na internet.
Klara foi obrigada a ir a público revelar o que aconteceu após as publicações. Em junho do ano passado, ela veio a público com o que chamou de "a história mais difícil da minha vida", revelando que havia sido estuprada, engravidado e dado o bebê para adoção. A confissão foi feita após a divulgação da notícia com a revelação da atriz.
A defesa da atriz argumentou que Leo Dias insultou a artista ao inferir que "Klara Castanho seria uma atriz que vende uma imagem que todo mundo acha sagrada', que tem uma 'história' e que o que ela fez é uma 'perda de fé' na humanidade'".
Fontenelle foi ainda pior. “Ela não quis olhar para o rosto da criança”, disse a influenciadora no YouTube, classificando a história como “monstruosa” e um crime. "Ter um filho e não querer ver e jogar fora sem querer é crime, sim, só quem nunca esteve em um abrigo acha fofa essa história de adoção, ainda mais quando se trata de uma criança negra. Chama-se abandono do incompetente", afirmou.
Dri Paz fez o mesmo, postando um vídeo na rede social Kwai que "atribui" o crime de abandono à atriz. Ela alegaria que a jovem pagou para “desaparecer com a criança”, o que configura calúnia e injúria. Klara seguiu todos os procedimentos e agiu de acordo com a lei ao doar uma criança após estupro e nunca pretendeu que o caso se tornasse público. O pedido de condenação exige que Leo Dias, Antônia e Adriana cheguem a um acordo judicial com os promotores e concordem em cumprir a pena imediatamente, o que pode variar de multa a serviços comunitários.
Foto Destaque: A atriz Klara Castanho. Reprodução/Instagram/@klarafgcastanho