A atriz Klara Castanho fala pela primeira em entrevista à revista “Glamour” sobre o abuso que sofreu e a dor de ter precisado expor o caso. Apesar de sua pouca idade, 23 anos, a atriz cresceu diante das câmeras. Klara desabafou e revelou o medo de ter a sua carreira interrompida, mas destaca que esse foi o motor para mantê-la de pé e afirma: “Não vou deixar que a minha vida se resuma a esse episódio”.
Klara abre o jogo
Klara Castanho é a estrela da nova capa de fevereiro da revista “Glamour” e em entrevista comentou pela primeira vez o fato de ter exposta a violência sexual que sofreu em 2022. A atriz abriu o jogo, mas diz que será apenas desta vez. “Sabia que essa entrevista precisaria ser dada em algum momento. Me sinto forte para falar, só desta vez”.
Em 2022, a atriz foi alvo de rumores sobre ter entregado um bebê recém nascido para adoção, levando ela a expor publicamente um momento íntimo de sua vida. Depois de ser alvo de especulações e ataques, ela fez um desabafo nas redes sociais, revelando ter sido vítima de violência sexual, enfrentando uma gravidez não percebida até quase o fim da gestação e tendo que tomar a difícil decisão de entregar o bebê para adoção.
A atriz foi capa de fevereiro da revista "Glamour" e concedeu uma entrevista inédita (Foto: reprodução/revista Glamour)
Ao ser questionada de como se sentiu com toda a exposição, a atriz revelou que tudo desde do ocorrido foi um pesadelo e que sempre ganhava um novo desdobramento. “Nunca quis me pronunciar, e jamais para esconder das pessoas, e sim porque não tinha digerido o que aconteceu. Fui obrigada a externalizar de forma muito brutal o que vivi. Achei que poderia levar para o caixão toda aquela dor e, quando fui exposta, me senti extremamente vulnerável”, falou Klara.
A atriz lembra o quão difícil foi encarar o momento mais difícil da vida dela de frente. “Levei pelo menos um ano para digerir não só o momento fatídico e a consequência física dele, mas a exposição. Quando minha privacidade foi invadida, não sabia onde me apoiar em mim mesma. Eu tinha minha família, tinha uma equipe profissional, um time jurídico, mas estava desamparada em mim”, disse ela.
Klara fala que parecia um “zumbi” que ela não conseguia dormir direito e, também, não conseguia comer bem. Tudo o que ela mais desejava era poder esquecer tudo, mas o assunto não cai no esquecimento e ela precisava lidar com aquela realidade. “Foi um período de grande tortura para mim”, declarou.
O que a motivou seguir em frente foi o fato dela querer proteger a sua família do que estava sendo dito e a sua carreira, pois não desejava que aquele fosse o fim dela. “O que me manteve em pé foi a vontade de que as coisas não acabassem ali. Queria ter momentos bons de novo”, afirmou ela. Como medo de muitas mulheres que passam por esse trauma, ela não queria que sua vida e conquistas fossem resumidas apenas por esse episódio. Por esse motivo, diz que essa será a única vez que comenta sobre o assunto.
Apesar de ainda ser sensível ao tópico, a atriz revela que sabia que precisaria dar essa entrevista em algum momento, como se para colocar um fim para essa história, e que se sentia mais forte e pronta para falar agora, dois anos mais tarde.
Atriz comenta sobre onda de sororidade
Klara aproveitou para falar também da onda de sonoridade que recebeu depois de ter se exposto. “Meu direct do Instagram e meu e-mail se tornaram um ponto de troca e conversa. Foi um movimento muito bonito de acompanhar”, relembrou ela.
A atriz ainda aproveitou o momento para agradecer as mensagens que recebeu na época e diz que foram importantes para ela não se sentir sozinha. “Recebi um amor de pessoas que não sei nem mensurar. Sei que não consegui agradecer o suficiente na época, mas foi primordial sentir que não estava sozinha naquele momento de dor e desespero”, contou ela.
Por fim, a atriz completa revelando que fez um boletim de ocorrência contra o seu agressor. Ela conta que ainda hoje, muitas pessoas a julgam por pensar que ela não denunciou o caso. Apesar de não ter feito a denúncia imediatamente após o ocorrido, ela esclarece que foi feita depois. Os processos cabíveis correm em segredo de justiça, e ela expressa confiança de que a justiça será feita no seu caso. Klara reforça que todas as vítimas de violência têm direito ao sigilo, mas ressalta que no caso dela, esse direito foi quebrado contra a sua vontade.
Foto destaque: Klara Castanho comenta sobre exposição e caso de violência sexual em entrevista (Reprodução/Instagram/@klarafgcastanho)
