O ator José de Abreu, réu em processo por injúria, calúnia e difamação, foi sentenciado em segunda instância a depositar a quantia de R$250 mil ao jornalista Diogo Mainardi após acusá-lo em rede nacional de recebimento de dinheiro público e ofendê-lo como bandido, foragido e canalha, durante o ano de 2020 em uma publicação para a Revista Crusoé.
Discurso de ódio e intolerância
Em janeiro de 2020, Zé de Abreu proferiu xingamento e ataques regados de agressão e violência moral contra o jornalista Mainardi comentando em uma entrevista para Crusoé, um trecho que movimentou as redes sociais: “Eu lá leio o que bandido escreve. Diogo Mainardi, bandido foragido, xinga de onde?”.
Ainda completou dizendo afirmando que o profissional da imprensa teria sido agraciado com dinheiro do governo, concedido pelo então governador das Minas Gerais e atualmente deputado federal, Aécio Neves.
Manifestação do advogado do jornalista
O advogado, patrono de Mainardi na causa, sustenta que o ator possui uma personalidade bastante inflexível e agressiva contra seu cliente com requintes de perseguição, sem limites e ressalta: "Ele calunia o autor do processo em proporções desmedidas, mostrando-se completamente ilógico o caminho da sua mente", garante o representante da justiça.
No primeiro julgamento ocorrido em 2024, Abreu foi condenado, porém impetrou recurso contra decisão. No dia 13 de agosto, o julgamento foi favorável ao jornalista e a condenação, inicialmente arbitrada em R$ 30 mil foi reduzida para R$20 mil. Desse acórdão, ainda é possível recorrer.
Jornalista Diogo Mainardi ganha processo contra José de Abreu(Foto: reprodução/Poder 360º)
A manifestação do Judiciário
A decisão judicial tomou como observação, a importância da liberdade de expressão utilizada com as devidas proporções: “O direito à livre manifestação do pensamento é garantido pela Carta Magna, mas não é absoluto, sendo considerado abusivo se exercido com o intuito de ofender, difamar ou injuriar”, em um dos trechos apontados pelo Juiz Desembargador.
Imbróglio entre José de Abreu e Diogo Mainardi
Os conflitos com famosos envolvidos tomaram contornos públicos no ano de 2005, assim que o jornalista fez uma publicação tecendo críticas ao dinheiro que o ator havia recebido como patrocínio para uma peça teatral.
Segundo Abreu, Mainardi foi o causador do desentendimento por desqualificá-lo como artista e na sequência desvalorizar e desmerecer o seu poder de atuação.
Abreu discorre sobre a ilegalidade de um pedido indenizatório por parte do jornalista, uma vez que ambos sempre foram desafetos e travaram embates públicos, argumentando: “o que é natural, dado que as redes sociais são um ambiente democrático e livre para a exposição de ideias e críticas. Houve ofensas mútuas, o que inviabiliza qualquer pleito de indenização por danos morais", frisou.
José Pereira de Abreu Júnior nascido em SP aos 24/05/1976 (Foto: reprodução/Folha de Pernambuco)
José de Abreu e controvérsias
O ator sempre se envolve em polêmicas e escândalos com colegas de profissão, personalidades políticas ou anônimos com declarações ousadas e radicais ao longo dos tempos.
No ano de 2016, o ator lançou uma cusparada em um casal em um restaurante oriental paulistano, num momento de discussão, pois conforme depoimento do famoso, sofreu ofensa de cunho político por ser favorável ao Partido dos Trabalhadores.
Sua militância política levantou suspeitas de sonegação de verbas públicas pelo Ministério da Cultura pela não prestação de contas do uso daquele dinheiro.
No mesmo ano, manteve uma relação conturbada com o carioca Alexandre Frota por fomentar a saída de Dilma Rousseff da presidência do país.
Mais recentemente, em 2021, José de Abreu declarou em suas redes sociais que atacaria com socos a deputada Tabata Amaral, até que o gesto de violência o levasse detido, em decorrência de suas posições centralizadoras.
Foto Destaque: Zé de Abreu coleciona polêmicas públicas (Reprodução/O Povo)