A icônica jornalista brasileira Glória Maria, que morreu nesta quinta-feira (03), começou a tratar um câncer no pulmão com imunossupressores em 2019, um tratamento bem sucedido, porém logo descobriu metástases do tumor no cérebro e voltou a fazer um novo tratamento, passando por uma cirurgia de emergência.
Assim que sua doença foi revelada, a jornalista foi procurada por parentes, que apareciam na casa dela para tratar sobre dinheiro. A partir daí, começou uma discussão por uma herança que nem existia, segundo a própria contou em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, em março do ano passado. Ela, entao, buscou força nos amigos Pedro Bial e Eric Auguin pra continuar a batalha.
“É um negócio esquisito que você olha e não acredita”, diz ela sobre o conflito familiar em torno da divisão dos bens.
Ela também contou que chegou a ouvir de um familiar que ela era incompetente com dinheiro.
Glória Maria no Programa Roda Viva, apresentado por Vera Magalhães, na GNT. (Fonte: Reprodução/Instagram)
Especula-se que o salário de Glória Maria, antes de se ausentar do Globo Repórter, era de 300 mil reais e a fortuna deixada pela renomada comunicadora está estimada em 50 milhões, entre bens e patrimônios, e deverá ser dividido entre as filhas. Como as meninas são menores de idade, Maria (15) e Laura (14), uma pessoa escolhida, ainda em vida, por Glória ou pela Justiça deverá fazer administração dos bens até as herdeiras completarem 18 anos. Vale ressaltar que, caso algum de seus familiares recorra a Justiça reivindicando parte da herança, o caso pode se estender.
Laura, Glória e Maria, respectivamente. (Fonte: Reprodução/Instagram)
Carreira de Glória Maria
Wandeléa, Roberto Carlos, Glória Maria e Erasmo Carlos. (Fonte: Acervo Grupo Globo)
Glória foi a primeira repórter negra da TV e estreou cobrindo o desabamento do Elevado Paulo Frontin, no Rio de Janneiro e ficou conhecida no jornalismo brasileiro e internacional com suas viagens que mostravam a realidade de diversas nações. Ao todo, foram 163 países e muitos desafios.
Pioneira, ela também foi a primeira brasileira a fazer uso da Lei Afonso Arinos, contra o racismo, a primeira jornalista negra a apresentar o Fantástico e a entrar ao vivo no Jornal Nacional.
Foto Destaque: Baile da Vogue (Foto: Celso Tavares/G1)