Após a Polícia Civil de Minas Gerais concluir o inquérito do acidente que envolveu a cantora Marília Mendonça em novembro de 2021, a família se pronunciou na noite desta quarta-feira (4) por meio da assessoria jurídica.
De acordo com a assessoria da família, a decisão da Polícia Civil deixou clara a tentativa de livramento do Estado na responsabilidade do acidente, culpando apenas os tripulantes da aeronave. A discordância da família se dá pois os cabos de energia que causaram a colisão com a aeronave não estavam sinalizados e a localização repassada aos tripulantes estava errada, tal disponibilizada pelos órgãos responsáveis.
Relembre o fato
O fenômeno do sertanejo Marília Mendonça perdeu a vida aos 26 anos em um acidente aéreo que ocorreu enquanto ela se dirigia à Caratinga, em Minas Gerais. O bimotor transportava-a junto com seu tio Abicelí Silveira e seu produtor Henrique Ribeiro. Além dos três passageiros, o piloto, Geraldo Medeiros, e o copiloto, Tarciso Viana, também perderam a vida.
De acordo com as informações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), as investigações descartaram as falhas mecânicas da aeronave como possíveis causas do acidente, e também, a hipótese de mal súbito por parte do piloto e do copiloto. Em relação às torres de tensão, a PCMG concluiu que não havia a necessidade de sinalização nessas estruturas, uma vez que estavam localizadas fora das áreas de proteção do aeródromo e das zonas de decolagem, aproximação e aterrissagem, e possuíam altura inferior a 150 metros, dispensando assim qualquer sinalização obrigatória.
Avião que transportava Marília Mendonça no dia 5 de novembro de 2021, na cidade de Piedade de Caratinga, em Minas Gerais. (Foto: reprodução/Polícia Militar de Minas Gerais)
Insatisfeitos com o inquérito
O advogado da família de Marília Mendonça, Dr. Robson Cunha, afirma que perceberam um direcionamento para imputar aos tripulantes uma responsabilidade exclusiva do acidente. Ainda em nota, o advogado da família reforçou que o inquérito compõe a ausência de provas técnicas. Ele diz que tomarão ciência para acompanhar, adjunto ao Ministério Público, as informações completas para esclarecimento efetivo do caso, expondo, também, indagações que restaram ao tentarem compreender o inquérito.
Marília Mendonça. (Foto: reprodução/Extra)
O que diz a nota
"O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos “rasos” da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso.
Além disso, fica claro pelo excesso prazo que teve o inquérito policial e pela ausência de provas técnicas, que este apenas aguardava a conclusão do laudo do CENIPA para entregar o relatório final.
Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça."
A defesa da família de Marília Mendonça afirmou que a investigação policial estava apenas aguardando a conclusão do laudo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) para expor o relatório final. Além disso, diz que há uma ineficiência por parte do Estado de Minas Gerais, criticando o prazo excessivo que foi usado para conclusão do inquérito.
Foto destaque: Marília Mendonça. Reprodução/Extra
